Até 2050, o mundo necessitará de alimentos suficientes para 2 bilhões de pessoas. Pensando nisso, laboratórios de universidades dos EUA estão trabalhando arduamente.

Em parceria com o programa Alimentar o Futuro (veja o site em inglês aqui ou maiores informações neste artigo em português) da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), campi universitários de Oregon à Georgia sediam uma rede de 24 laboratórios de inovação em busca de soluções de longo prazo para resolver o problema da fome. Veja abaixo três projetos notáveis:

Um tipo de frango diferente

Em regiões da África, aves e ovos proporcionam alimentação e um terço da renda das famílias (© AP Images)

Líder do projeto: Universidade da Califórnia, em Davis
Questão:  Doenças infecciosas matam centenas de milhares de frangos anualmente. Programas de vacinação são caros e difíceis de implementar.
Uma solução: Criar frangos que sejam naturalmente resistentes a doenças infecciosas. A ideia é criar frangos mais fortes, no sentido de que não sucumbam a doenças, e desde que isso não interfira no sabor da sua carne.
Como: Pesquisadores criam filhotes de populações de frangos locais em Gana e Tanzânia que tenham sobrevivido a surtos de doenças. Essas novas populações são expostas a cepas de doenças, permitindo que pesquisadores mapeiem genes relevantes que existam nos sobreviventes a fim de criar frangos congenitalmente resistentes a doenças.

Guardas da segurança alimentar

Agricultor do Níger segura sacos com ovos de vespas para testes de controle de pragas (Cortesia: Malick Ba)

Líder do projeto: Universidade Estadual do Kansas
Questão: Surtos da mariposa “Heliocheilus albipunctella” destruíram 85% das culturas de painço na África Ocidental. O controle com inseticidas é caro e impõe riscos ambientais.
Uma solução: Vespas são predadores naturais de mariposas. Criar um modelo de negócio para aumentar e distribuir vespas entre os agricultores de painço visando a gestão do controle de pragas.
Como: Pesquisadores penduram ninhos artificiais de vespas feitos de fibra de juta perto dos campos de painço e, em seguida, medem a redução nos danos às culturas e fazem a comparação com campos sem nenhuma vespa. Eles estão desenvolvendo soluções para lidar com a questão de alimentar uma população de vespa durante os meses fora da temporada de mariposas.

Ensinando as pessoas a pescar

Muitos sorrisos após a pesca de peixes na região montanhosa central do Nepal (Cortesia: Hare Ram Devkota)

Líder do projeto: Universidade Estadual de Oregon
Questão: Mulheres da zona rural em determinados lugares não têm educação formal ou recursos financeiros para manter uma alimentação nutritiva, resultando em desnutrição crônica.
Uma solução: Ensinar mais mulheres sobre aquicultura.
Como: Pesquisadores capacitam mulheres no Quênia e no Nepal para se tornar aquicultoras. As mulheres aprendem sobre a manutenção da qualidade da água e a alimentação adequada para os peixes. Além de melhorar a sua própria alimentação e a de suas famílias, essas mulheres geram renda através da venda do peixe. Muitas aprenderam habilidades como marketing e manutenção de registros, que poderão usar em outros empreendimentos comerciais. Com a nova renda que passaram a adquirir, um grupo de mulheres nepalesas até iniciaram uma empresa de empréstimo de dinheiro para beneficiar a comunidade em que vivem.

Interessado em ajudar a combater a fome mundial? O programa Alimentar o Futuro oferece parceria e concede oportunidades para organizações da sociedade civil e do setor privado (ambos os sites em inglês). Pessoas físicas também podem fazer a diferença através de organizações como o Programa Mundial de Alimentação (leia o site em inglês aqui ou maiores informações neste artigo em português).