Autoridades mexicanas invadiram farmácias para recolher medicamentos falsificados e de baixa qualidade (© AP Images)

Os grandes avanços na saúde pública mundial poderiam perder espaço para o fluxo prejudicial de medicamentos falsificados e de baixa qualidade presentes nas prateleiras das farmácias em toda a parte.

Medicamentos inovadores salvam a vida de pessoas vítimas do HIV/Aids, da malária e da tuberculose, mas quando patógenos causadores de doença se deparam com medicamentos falsos, as doenças podem ganhar a batalha e os pacientes perder.

“A pandemia de medicamentos falsificados e de baixa qualidade está generalizada e é subestimada, particularmente em países de renda média e baixa onde os sistemas regulatórios farmacêuticos são fracos ou inexistentes”, afirma Jim Herrington, coeditor de uma edição especial da The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene* (Revista Americana de Higiene e Medicina Tropical, em tradução livre), publicação dedicada a esse problema.

Os cientistas inspecionaram quase 17 mil amostras de medicamentos para testar a qualidade e a aderência a especificações dos ingredientes dos medicamentos produzidos por fabricantes legítimos. Dentre essa ampla gama de medicamentos, os pesquisadores encontraram variedades de baixa qualidade ou falsificadas em níveis que iam de 9% a 41%.

Um trabalhador do Ministério da Saúde peruano faz inventário de medicamentos falsificados retirados de farmácias em Lima em 2012 (© AP Images)

Os pesquisadores descrevem um caso de 2013 em que mais de 122 mil crianças africanas sucumbiram à malária após serem tratadas com medicamentos falsificados.

A tuberculose se tornou mais resistente a medicamentos destinados a tratar de modo eficaz a doença no passado possivelmente porque medicamentos de baixa qualidade ajudaram a bactéria da TB a criar novas defesas contra os medicamentos.

A publicação também oferece possíveis soluções, incluindo estas:

• Um modelo internacional para tornar ilícita a falsificação de produtos farmacêuticos e criar cadeias seguras de fornecimento global* para distribuição farmacêutica.

• Ferramentas para ajudar os médicos a detectar medicamentos não confiáveis, tais como o aparelho portátil de detecção de medicamentos falsificados* desenvolvido pela Agência de Controle de Alimentos e Medicamentos* e um teste de papel tratado quimicamente que muda de cor quando exposto a um medicamento antimalárico de baixa qualidade.

Medicamentos não confiáveis não são somente os únicos produtos de baixa qualidade no mercado global e os custos aos consumidores e produtores afins são alarmantes.

* site em inglês