Médico dos EUA vai produzir vacinas na África do Sul

Cyril Ramaphosa e Patrick Soon-Shiong cortam fita inaugural (© Gianluigi Guercia/AFP/Getty Images)
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, (à esquerda) e o cirurgião Patrick Soon-Shiong inauguram a fábrica Nant SA na Cidade do Cabo, África do Sul, em 19 de janeiro. A fábrica deve começar a produzir vacinas contra a Covid-19 este ano (© Gianluigi Guercia/AFP/Getty Images)

Um médico americano que virou empresário está abrindo uma nova fábrica de vacinas na África do Sul que vai produzir as primeiras vacinas contra a Covid-19 produzidas inteiramente na África.

O Dr. Patrick Soon-Shiong, que imigrou para os Estados Unidos advindo da África, realizou uma cerimônia de abertura das instalações da NantSA na Cidade do Cabo, África do Sul, em 19 de janeiro. A fábrica vai produzir 1 bilhão de doses de vacinas contra a Covid-19 anualmente até 2025. E também vai fabricar medicamentos para tratar de doenças, inclusive tuberculose e HIV/Aids, de acordo com a Reuters*.

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, chamou a instalação de “um marco na marcha da África em direção à saúde, ao progresso e à prosperidade”. Juntamente com outros esforços, a fábrica vai ajudar “a impulsionar a África para uma nova era da ciência da saúde”, disse ele.

Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças da África, somente 10% dos africanos estão totalmente vacinados. Em alguns países africanos, como a República Democrática do Congo, menos de 1% da população está totalmente vacinada.

Ampolas de vacina durante fabricação (© Lulama Zenzile/Die Burger/Gallo Images/Getty Images)
Os EUA apoiam a produção de vacinas contra a Covid-19 da Johnson & Johnson pela Aspen Pharmacare. Elas são vistas aqui em uma instalação na África do Sul em março de 2021 (© Lulama Zenzile/Die Burger/Gallo Images/Getty Images)

O governo dos EUA e parceiros internacionais têm fornecido doses de vacinas contra a Covid-19 para mais de 110 países, gratuitamente e sem amarras políticas.

O secretário de Estado, Antony Blinken, anunciou em 26 de janeiro que os Estados Unidos já compartilharam 400 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 com o mundo. O número inclui mais de 110 milhões de doses* enviadas à África Subsaariana.

As remessas estão entre 1,2 bilhão de doses de vacinas contra a Covid-19 que o presidente Biden se comprometeu a doar para nações de baixa e média renda.

Tuíte:
Secretário Antony Blinken: Alcançamos outro marco – compartilhando 400 milhões de doses seguras e eficazes da vacina contra a Covid-19 – em nossos esforços globais visando combater a pandemia. Continuamos comprometidos em nossa liderança para ajudar a acabar com essa pandemia e reconstruir melhor. @SecBlinken

Entre outras medidas tomadas pelo governo dos EUA ou pelo setor privado com o intuito de aumentar a produção de vacinas contra a Covid-19 na África estão:

  • O plano da empresa farmacêutica dos EUA Moderna de construir uma fábrica na África visando produzir anualmente até 500 milhões de doses de vacinas de RNA mensageiro (mRNA) para combater a Covid-19.
  • O investimento conjunto de US$ 669 milhões do governo dos EUA com a França e a Alemanha a fim de permitir que a empresa sul-africana Aspen Pharmacare Holdings Limited  produza a vacina contra a Covid-19 da fabricante americana Johnson & Johnson.
  • O governo dos EUA e parceiros de desenvolvimento africanos e europeus trabalham com o Instituto Pasteur de Dacar com o intuito de aumentar a produção de vacinas no Senegal.
  • A empresa farmacêutica americana Pfizer firmou um acordo com a Biovac, da África do Sul*, com vistas à produção de vacinas mRNA contra a Covid-19 no início de 2022.

Soon-Shiong, cirurgião de transplantes que inventou um medicamento para o tratamento do câncer, afirmou que a fábrica NantSA vai começar a produzir vacinas no final deste ano. Ele também se comprometeu a fornecer US$ 6,5 milhões em bolsas de estudo visando garantir mão de obra qualificada na fábrica que será a primeira na África a produzir vacinas contra a Covid-19 do início ao fim.

“Agora temos a capacidade de usar o capital humano de sul-africanos para construir a medicina do século 21”, afirmou Soon-Shiong.

* site em inglês