Um tributo permanente aos veteranos militares ameríndios em breve será erguido em Washington, cidade conhecida por memoriais em homenagem àqueles que exerceram papéis importantes na história dos EUA.
Os ameríndios têm participado de todos os conflitos militares dos EUA desde a Guerra da Independência dos Estados Unidos, segundo o Museu Nacional do Índio Americano, do Instituto Smithsoniano. O Memorial Nacional aos Veteranos Ameríndios, agora em construção, será situado na área de museus do National Mall. Deve ser inaugurado no final de 2020.
Harvey Pratt, artista e veterano militar, membro das tribos cheyenne e arapaho, enviou o design vencedor para o memorial. Sua concepção, intitulada Warriors’ Circle of Honor (Círculo de Honra dos Guerreiros, em tradução livre), foi escolhida dentre 120 concorrentes.
O novo memorial vai apresentar uma imensa escultura circular vertical de aço inoxidável montada sobre um tambor de pedra. O círculo — elemento que faz parte das histórias contadas pelos ameríndios — sugere o ciclo da vida e da morte, e a continuidade de todas as coisas. Em ocasiões cerimoniais, haverá uma chama acesa em sua base.

A visão de Pratt também incorpora quatro bancos arqueados voltados para a escultura circular, onde visitantes podem se reunir para compartilhar histórias sobre as experiências militares de seus entes queridos (ou deles próprios).
Os bancos estarão situados no interior de uma passarela circular de tijolo vermelho, com quatro lanças simetricamente espaçadas entre si, que se projetam para o céu. As lanças são um emblema tradicional de coragem militar, mas essas armas simbólicas servirão um propósito adicional: os visitantes são convidados a atar bandeiras de preces nelas.
Quanto ao tambor de pedra que sustenta o círculo de aço, o intuito é expressar o pulsar constante do espírito e o sacrifício dos ameríndios ao longo da história dos EUA.
O Museu Nacional do Índio Americano calcula que cerca de 140 mil veteranos ameríndios estão vivos hoje, mas cerca de 31 mil ameríndios e nativos do Alasca estão servindo atualmente nas Forças Armadas dos EUA.
Esses homens e mulheres estão “perfeitamente conscientes” de que estão servindo um país que nem sempre manteve seu compromisso para com os índios, “e, mesmo assim, escolheram — e ainda estão escolhendo — servir”, afirma Kevin Grover (membro da tribo pawnee, de Oklahoma), diretor do museu. “Isso reflete um tipo de patriotismo muito profundo. Não consigo pensar em um exemplo mais distinto de serviço aos Estados Unidos e o potencial que apresenta.”