Mestres de gelo americanos manterão os rinques gelados para o hóquei olímpico

Don Moffatt coberto de tinta branca e usando óculos de sol e capa de plástico (© Dave Sandford/NHLI/Getty Images)
Don Moffatt, manchado de tinta que usou para preparar um rinque, é o principal técnico de gelo para hóquei no gelo nos Jogos de Inverno de Pyeongchang (© Dave Sandford/NHLI/Getty Images)

Enquanto milhões de fãs se concentrarão na patinação competitiva nas pistas em torno de Pyeongchang, Coreia do Sul, durante as Olimpíadas de Inverno de 2018*, os americanos Don Moffatt e Brandon Klement estarão ocupados observando apenas o gelo.

Como técnico chefe de gelo para o hóquei, Moffatt viajou para a Coreia do Sul várias vezes nos últimos dois anos para desenvolver os rinques no Centro de Hóquei Gangneung e no Centro de Hóquei Kwandong para as competições masculinas e femininas. Moffatt e seu assistente Klement estão trabalhando com o Comitê Organizador de Pyeongchang para garantir que o gelo esteja pronto.

Haverá torneios masculinos e femininos de hóquei com jogos quase todos os dias dos Jogos Olímpicos, culminando na partida final masculina, o último grande evento no dia do encerramento.

Pessoas patinam na pista de gelo em arena grande (© Chung Sung-Jun/Getty Images)
O Centro de Hóquei Kwandong em Gangneung, Coreia do Sul, é um dos locais para jogos de hóquei no gelo durante os Jogos Olímpicos de Inverno (© Chung Sung-Jun/Getty Images)

Para aumentar o interesse no esporte, a Coreia do Sul lançou um plano de investimentos de quatro anos e US$ 20 milhões assim que Pyeongchang foi selecionado para sediar os Jogos de Inverno há sete anos. Valeu a pena. O número de jogadores de hóquei juvenil no país aumentou de 879 para mais de 2 mil, e a seleção masculina saltou da 31ª para a 18ª posição em um ranking mundial.

Com uma crescente base de torcedores e uma reserva de patinadores talentosos estabelecida, o comitê da Coreia do Sul pediu a Moffatt que criasse instalações de alto nível.

Credenciais louváveis

Moffatt e Klement passaram a vida no gelo. Cada um cresceu jogando hóquei na região dos Grandes Lagos, e posteriormente se dedicaram à manutenção do gelo na idade adulta para ficar em contato com o esporte. Trabalharam para a Associação Americana de Rinques de Gelo**, viajando por todo o país, ensinando gerentes de rinques como trabalhar o gelo.

Trabalhar nos níveis mais altos do esporte não é algo novo para eles. Moffatt, que estava na “equipe de gelo” nos Jogos de Inverno em Turim em 2006 e novamente em Vancouver em 2010, também cuidou de instalações para a Liga Nacional de Hóquei.

Ele gosta de ajudar os competidores de elite. “Temos trabalhado em horas loucas, em dias loucos”, disse Moffatt. “Uma vez que os Jogos começam, os dias ainda são igualmente longos, mas essa é a parte divertida para nós, essa é a recompensa.”

Dois homens utilizam equipamentos para pulverizar gelo na pista de gelo (© Dave Sandford/NHLI/Getty Images)
Don Moffatt, usando equipamentos especializados, pinta o gelo de branco para um jogo da Liga Nacional de Hóquei em Pittsburgh (© Dave Sandford/NHLI/Getty Images)

Moffatt e Klement pintam uma camada de tinta branca, os limites padrão dos rinques e as marcações entre as camadas de gelo. Depois, durante os jogos, eles monitoram constantemente a temperatura dentro dos centros de hóquei para manter a integridade do gelo. O gelo precisa ser muito denso para suportar o maltrato sofrido durante um jogo de hóquei. Além disso, as condições climáticas e o tamanho da multidão podem torná-lo suave demais. Eles empregam um agente de resfriamento que passa por tubos na base da pista para ajustar o gelo à temperatura perfeita.

À medida que seu trabalho se intensificou recentemente, os especialistas em gelo estão ansiosos para a hora da recompensa, quando os Jogos começam.

“É ainda mais divertido assistir, na hora da equipe da Coreia jogar, os torcedores entrando e todos se reunindo para apoiar sua própria equipe”, diz Klement.

* vídeo em inglês
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