Michael Jordan doa US$ 2 milhões para fomentar a confiança entre a polícia e negros americanos

O grande nome do basquete Michael Jordan, que venceu seis campeonatos dos EUA com o Chicago Bulls para se tornar uma das lendas do esporte mais populares e respeitadas do mundo, falou em 25 de julho sobre as tensões raciais nos Estados Unidos e espera mitigar os conflitos entre negros e as forças de aplicação da lei.

Michael Jordan fazendo um arremesso (© AP Images)
Michael Jordan em 1996 (© AP Images)

Jordan anunciou que está doando US$ 1 milhão para o Instituto para as Relações Comunidade-Polícia e mais US$ 1 milhão para o Fundo de Defesa Legal da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) a fim de ajudar a fomentar a confiança após vários tiroteios ocorridos ao redor do país.

“Como americano orgulhoso, pai que perdeu seu próprio pai em um ato de violência sem sentido, e homem negro, fiquei profundamente impactado com as mortes dos afro-americanos causadas pelas forças de aplicação da lei e enraivecido pela violenta perseguição e morte dos policiais”, afirmou Jordan em uma declaração.“Eu me uno ao luto das famílias que perderam entes queridos, pois já vivenciei essa dor.”

O pai de Jordan foi morto em 1993 em uma tentativa de sequestro malsucedida na Carolina do Norte.

Após se aposentar da Associação Nacional de Basquete dos EUA em 2003, Jordan se tornou um empresário — ele é proprietário da equipe de basquete profissional Charlotte Hornets na Carolina do Norte. Mas o atleta de destaque Jordan não tem se pronunciado sobre questões relacionadas à política ou à justiça social, o que atraiu algumas críticas. Na segunda-feira, ele disse que “não pode mais permanecer calado”.

“Eu fui criado por pais que me ensinaram a amar e a respeitar as pessoas independente de sua raça ou origem; portanto, estou me sentindo triste e frustrado devido à retórica divisiva e às tensões raciais que parecem estar piorando ultimamente”, afirmou Jordan. “Eu sei que este país é melhor do que isso. (…) Precisamos encontrar soluções que assegurem que as pessoas de cor recebam tratamento justo e igualitário e que os policiais — que arriscam a vida diariamente para nos proteger — sejam respeitados e apoiados.”

“Ao longo das últimas três décadas, eu vi de perto a dedicação dos policiais que protegeram a mim e à minha família”, disse Jordan. “Eu tenho o maior respeito por seu sacrifício e serviço. Também reconheço que para muitas pessoas de cor, suas experiências com as forças de aplicação da lei são diferentes da minha. E decidi me pronunciar na esperança de que possamos nos unir como americanos e, através do diálogo e da educação, alcançar uma mudança construtiva.”

Jordan disse que escolheu o Instituto para as Relações Comunidade-Polícia em virtude de suas políticas e trabalho de supervisão estarem focados em desenvolver a confiança e promover as melhores práticas no policiamento comunitário.

Embora Jordan tenha dito que contribuições por si sós não serão suficientes para resolver o problema, ele acrescentou: “Espero que os recursos ajudem as duas organizações a fazer uma diferença positiva. Temos o privilégio de viver no maior país do mundo — um país que tem proporcionado as maiores oportunidades a mim e à minha família.

“Os problemas que enfrentamos não surgiram da noite para o dia e eles não serão resolvidos amanhã; porém, se todos trabalharmos juntos, podemos promover uma maior compreensão, uma mudança positiva e criar um mundo mais pacífico para nós mesmos, nossos filhos, nossas famílias e nossas comunidades.”