Microscópio feito de origami de US$ 1 impulsiona descobertas

Manu Prakash, inventor que leciona na Universidade de Stanford, recorda sua visita a uma estação de campo na Tailândia em 2011 onde havia um microscópio caro que ninguém nunca usou por medo de quebrá-lo.

Então, Prakash, juntamente com um colega, desenvolveu o Foldscope: um kit de papel que qualquer pessoa pode dobrar formando um microscópio poderoso em sete minutos. O processo é semelhante ao origami, a arte de dobrar papel.

O Foldscope é leve e resistente o suficiente para ser levado a qualquer lugar. Suas pequenas lentes podem ampliar objetos em até 2 mil vezes. O melhor de tudo é que ele custa menos do que o equivalente a um dólar americano.

O Foldscope pode ver objetos tão minúsculos como um de 0,7 mícrons — a maioria das células tem vários mícrons de tamanho. Isso desencadeia um novo mundo de descobertas.

Imagens do Foldscope (Cybulski et al./PLOS ONE)
Imagens de amostras, incluindo parasitas e bactérias (no topo, à esquerda), bem como uma perna de uma joaninha (abaixo, à direita) (Cybulski et al./PLOS ONE)

O microscópio já está dando asas à imaginação em todo o mundo. Prakash enviou 50 mil Foldscopes a voluntários em 130 países.

Em Lagos, na Nigéria, Prakash apresentou o Foldscope a um grupo de estudantes, a maioria dos quais nunca tinha visto um microscópio antes. A turma capturou um mosquito e passou a lâmina de mão em mão para que todos tivessem a chance de examiná-lo. Eles puderam ver a probóscide de aparência alienígena do inseto – a “tromba” sugadora – ainda vermelha com sangue. Prakash disse que em uma aula ele falou sobre mosquitos, malária e mosquiteiros para cama. Incluir esse tema no currículo escolar pode ajudar a prevenir a malária.

“Não basta ler a respeito”, disse Prakash, que leciona Bioengenharia na Universidade de Stanford na Califórnia. “Você tem que vivenciar.”

Prakash espera enviar um milhão de Foldscopes a estudantes do mundo inteiro até o final de 2017. “No final das contas, acreditamos que cada criança no mundo deve ter um microscópio no bolso”, disse Prakash. “Assim como um lápis.”