Os Estados Unidos devolveram à Itália uma carta que Cristóvão Colombo escreveu em 1493. Um esquadrão de investigadores de arte descobriu que a carta tinha sido roubada há décadas.
Contendo oito páginas, a carta em que Colombo anuncia sua descoberta de um Novo Mundo para o rei da Espanha Fernando e a rainha Isabel, descrevia ilhas “cheias da maior variedade de árvores que alcançam as estrelas”.
A carta viajou quase tanto quanto o seu famoso autor.
Fulvio Stacchetti, que chefia a biblioteca Riccardiana de Florença, disse que a carta foi substituída por uma falsificação, provavelmente em 1950-1951, quando a biblioteca Riccardiana emprestou a original a autoridades da biblioteca nacional em Roma.
A carta foi vendida para um colecionador de livros raros na Suíça em 1990; em seguida, foi comprada por outro colecionador em um leilão em 1992 realizado em Nova York.
Em última instância, a carta acabou sendo levada a Washington, quando foi deixada como parte do testamento do espólio de seu proprietário final para a Biblioteca do Congresso em 2004. Esse proprietário e a Biblioteca do Congresso adquiriram a carta de boa-fé, crentes de que sua proveniência era legítima, disseram autoridades dos EUA.
Nos termos da legislação americana, propriedades culturais roubadas devem ser retornadas a seus legítimos proprietários.
A viagem de retorno da carta foi celebrada em uma coletiva de imprensa, realizada pelo ministro da Cultura italiano, Dario Franceschini, com o embaixador americano John Phillips a seu lado.
“Quinhentos anos depois, [a carta] fez a mesma viagem [como Colombo], de ida e volta”, afirmou Franceschini.
O esquadrão de arte dos Carabineiros, polícia militar italiana, calcula que o valor da carta seja de €$ 1 milhão (aproximadamente R$ 4 milhões).
Os EUA trabalham estreitamente com colegas internacionais para devolver itens pertencentes ao patrimônio cultural a seus países de origem.
Este artigo se baseia em reportagens publicadas pela Associated Press.