A Plataforma de Ação de Pequim*, desenvolvida em uma conferência das Nações Unidas de 1995, criou uma agenda para o empoderamento da mulher e identificou 12 áreas críticas específicas. Vinte anos após Pequim, ShareAmerica avalia o progresso global em cada área crítica**. Este artigo enfatiza as contribuições das mulheres à imprensa.
Desde a década de 1970, as mulheres em todo o mundo têm desempenhado um papel cada vez mais importante na transmissão de notícias, como jornalistas e mais recentemente como executivas de mídia. Elas até perderam suas vidas em busca da liberdade de imprensa.

Fortalecendo o papel que as mulheres desempenham
Novas oportunidades e capacitação abrem as portas para as mulheres na mídia. Revistas como a Manushi** da Índia e a Azizah**, editada por americanos muçulmanos (ambas as revistas on-line em inglês), não apenas apresentam artigos escritos por mulheres, mas foram fundadas e são administradas por mulheres. Organizações como a PRB Edição de Mulheres**, financiada pela Usaid, preparam as mulheres para carreiras em jornalismo, enquanto que o grupo africano Gender Links** administra o seu próprio serviço de notícias e capacita mulheres jornalistas a combater mensagens e imagens caracterizadas por conteúdo preconceituso em relação ao gênero em notícias, propaganda, filmes e programas de televisão. E as jornalistas-cidadãs** estão deixando suas marcas em cidades, vilarejos da zona rural e zonas de guerra.

A Fundação Internacional de Mulheres na Mídia** (IWMF), fundada em 1990 por jornalistas americanas visando fortalecer o papel das mulheres jornalistas no mundo todo, oferece capacitação e subvenções e reconhece o trabalho de mulheres de 53 países com o Prêmio Coragem em Jornalismo**, concedido anualmente. Dentre as vencedoras estão a jornalista investigativa sérbia Brankica Stanković**, que vive sob proteção policial desde 2009 após receber inúmeras ameaças de morte, e Claudia Julieta Duque**, colombiana que foi raptada, roubada e forçada ao exílio três vezes entre 2001 e 2008, mas que continua o seu trabalho.

Em março de 2015, a IWMF escolheu a fotógrafa baseada em Jerusalém Heidi Levine** como a primeira vencedora do Prêmio Anja Niedringhaus de Coragem em Fotojornalismo, que homenageia o legado de Anja Niedringhaus**, fotógrafa vencedora do Prêmio Pulitzer que foi morta enquanto fazia reportagem no Afeganistão em 2014. Ao fazer o anúncio do prêmio, IWMF ressaltou que “a coragem e o compromisso de Heidi Levine à reportagem em Gaza é inabalável, documentando eventos trágicos em circunstâncias terríveis e também exibindo uma profunda compaixão pelas pessoas que encontra”.
As mulheres estão ao lado dos homens, enfrentando os mesmos riscos para veicular notícias, protegendo o seu direito à informação.
*site em inglês com PDF em inglês, espanhol e outros quatro idiomas
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