
As mulheres da Ucrânia desempenham um papel vital na proteção de seu país e na formação de seu futuro.
Mais de 60 mil mulheres ucranianas servem nas Forças Armadas ucranianas se defendendo contra a agressão da Rússia. Dezenas de milhares fazem sua parte para ajudar seu país como jornalistas, paramédicas, professoras, políticas e artistas.
“Ao longo da história, as mulheres têm desempenhado um papel fundamental na luta da Ucrânia por liberdade e soberania”, disse Katrina Fotovat, embaixadora interina do Escritório do secretário de Estado para Questões Globais da Mulher, no Departamento de Estado. Isso continua sendo verdade hoje.
“As mulheres são (…) heroínas desta guerra”, disse Oksana Markarova, embaixadora da Ucrânia nos Estados Unidos, durante uma sessão de painel virtual do Departamento de Estado sobre o papel que as mulheres ucranianas desempenham na luta no combate à agressão da Rússia contra a Ucrânia e seu futuro coletivo

Mulheres liderando comunidades
Como muitas organizações internacionais fugiram da Ucrânia no início da invasão em grande escala da Rússia, muitas mulheres líderes permaneceram, afirmou Oksana.
“Elas arriscaram suas vidas para entregar comida a fim de ajudar outras mulheres. Elas arriscaram suas vidas para ajudar nossas corajosas Forças Armadas. Elas arriscaram suas vidas visando tentar garantir algum tipo de normalidade nesta guerra horrível”, disse ela.

Ela destacou o trabalho excepcional de Oleksandra Matviichuk, que lidera o Centro para Liberdades Civis e compartilhou o Prêmio Nobel da Paz de 2022 pelos esforços para documentar possíveis crimes de guerra e violações dos direitos humanos.
O secretário de Estado, Antony Blinken, disse em 18 de fevereiro que, com base em uma análise cuidadosa da lei e de fatos disponíveis, membros das forças russas e outras autoridades russas têm cometido crimes contra a humanidade na Ucrânia. Ele declarou que a determinação destaca a “extensão impressionante do sofrimento humano infligido por Moscou à população civil ucraniana”.
Em março de 2022, Blinken anunciou que o governo dos EUA avaliou que membros das forças russas cometeram crimes de guerra na Ucrânia.
A jornalista Nataliya Gumenyuk informou que jornalistas têm relatado histórias de abusos cometidos pelas forças russas em Kherson, Kharkiv, Severodonetsk e outras cidades grandes e pequenas da Ucrânia. Ela disse que os jornalistas afiliados ao Laboratório de Jornalismo de Interesse Público, que ela fundou, conversam com testemunhas sobre o que podem ser crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
“É um trabalho extremamente difícil”, disse Nataliya durante o painel de discussão, mas é “feito em prol do futuro, feito em prol da justiça”.
Em povoados e vilarejos, como muitos homens estão na linha de frente, as mulheres tiveram de manter hospitais, escolas e até mesmo os próprios vilarejos em operação, muitas vezes sem água, eletricidade ou suprimentos. “Muitas vezes é apenas graças a elas [as mulheres] que a comunidade sobreviveu”, disse Nataliya.
As mulheres também lideram na linha de frente. Das 60 mil mulheres do Exército ucraniano, 5 mil delas servem em unidades de combate, trabalhando como paramédicas e atiradoras de elite, disse Yevheniia Kravchuk, membra do Parlamento da Ucrânia.

Pensando na próxima geração
Yevheniia observou que uma geração de crianças na Ucrânia “não conhece nada além da agressão russa”.
Isso inclui a filha de Yevheniia, que completou 9 anos este ano. Ela nasceu na época da Revolução de Maidan, também conhecida como Revolução da Dignidade, no início de 2014. E apenas algumas semanas depois de ela nascer, as forças da Rússia invadiram e começaram a ocupar a Crimeia. E então os representantes da Rússia se mudaram para as regiões de Donetsk e Luhansk. “Não podemos deixar esta guerra para nossos filhos.”
Ruslana Lyzhychko, que venceu o Festival Eurovisão da Canção de 2004 e recebeu o Prêmio Internacional de Mulheres de Coragem 2014, do Departamento de Estado, é uma crítica ferrenha da guerra. Nas redes sociais, ela pede que seus fãs e celebridades sejam ativos e trabalhem pela paz. “Não é apenas sobre a Ucrânia, não é apenas sobre a Europa”, disse ela. “É sobre a nossa humanidade.”
Assista na íntegra às declarações dessas mulheres* na sessão do painel. Saiba também mais sobre outras mulheres que defendem a Ucrânia retratadas em uma série do ShareAmerica, incluindo Yana Zinkevych e Nataliya Mykolska e Valentina Synenka.
* site em inglês