Museu dos EUA ajuda americanos a discutir raça

Quando foi a primeira vez que você se conscientizou da existência de raça? E na infância, como você percebia as diferenças entre as pessoas?

Essas são algumas das perguntas que você encontrará no recém-lançado portal on-line Conversando sobre Raça* (Talking About Race), do Museu Nacional Smithsoniano de História e Cultura Afro-Americana*. O site fornece ferramentas para ajudar os americanos a promover conversas construtivas sobre racismo e seus danos corrosivos para indivíduos e sociedade.

O museu aponta que o racismo pode ser evidente ou sutil, matizado e difícil de detectar. O portal da web ajuda educadores, pais, responsáveis ​​e pessoas comprometidas com a igualdade a identificar o racismo e sugere maneiras de combatê-lo. O portal incentiva os usuários a se aprofundar em tópicos como branquitude, como ser antirracista e a história da raça e do racismo.

“O portal oferece uma profusão de recursos para informar e orientar discussões — vídeos, exercícios de dramatização, perguntas específicas e muito mais”, disse Spencer Crew, diretor interino do museu. “Esperamos que as pessoas usem este site para se sentirem mais confortáveis ​​em participar de um diálogo honesto e uma autorreflexão.”

Tuíte:
Museu Nacional Smithsoniano de História e Cultura Afro-Americana: Hoje lançamos o Conversando sobre Raça (Talking About Race), um novo portal on-line desenvolvido para ajudar indivíduos, famílias e comunidades a falar sobre racismo, identidade racial e a maneira como essas forças moldam todos os aspectos da cultura americana.

Em uma seção, os usuários recebem um roteiro para responder e interromper o racismo interpessoal. Os usuários são solicitados a considerar o que provoca suas respostas, a anotar suas reações emocionais e como a resposta se manifesta no corpo. Os usuários são incentivados a descobrir seu próprio viés e refletir sobre como as ideias racistas podem impactar sua vida cotidiana.

O museu antecipou em um mês o lançamento do portal em resposta aos protestos nos Estados Unidos após a morte de George Floyd*, negro de 46 anos que foi morto pela polícia ao ser preso em Mineápolis em 25 de maio.

Os policiais envolvidos foram demitidos e acusados ​​de assassinato ou outros crimes.

Pessoas olham para mural em parede (© Bebeto Matthews/AP Images)
Visitantes prestam homenagem silenciosa a George Floyd em um mural e um memorial improvisado em Mineápolis (© Bebeto Matthews/AP Images)

O portal Conversando sobre Raça reflete quase uma década de trabalho de Candra Flanagan, diretora de Ensino e Aprendizagem, e Anna Hindley, diretora de Educação na Primeira Infância do museu. Ambas desenvolveram o portal em conjunto.

“Esta se tornou a hora certa de compartilhá-lo com o país no momento em que há muita coisa acontecendo decorrente do assassinato de George Floyd e das diferentes maneiras de as pessoas processarem o assassinato”, disse Anna. “Para muitas pessoas brancas, que tiveram o privilégio de não pensar em raça todos os dias e enxergar raça, isso significa um novo despertar”, disse ela. E acrescentou que mais brancos estão “enfurecidos e conscientes”.

Embora o portal ajude as pessoas a entender o racismo, por si só não será suficiente para acabar com o problema, disse Candra. Antes, disse ela, todos deveriam se comprometer a eliminar o racismo sistêmico recorrendo a outras formas e através do passar do tempo.

“Este é um trabalho de longo prazo, e é um trabalho que dura uma vida inteira”, disse ela.

Mas desde a abertura do museu em 2016, a pergunta número um dos visitantes é como falar sobre raça, especialmente com crianças. O portal é um passo para fazer isso, disse Crew.

“Reconhecemos o quão difícil é ter essa conversa”, disse Crew. “Mas em uma nação ainda lutando com os legados da escravidão, as leis Jim Crow* [que segregaram negros de brancos em locais públicos] e a supremacia branca, precisamos ter essas conversas difíceis se tivermos alguma esperança de virar a página e curar.”

* site em inglês