Não pense só em eliminar os extraterrestres. Mude o mundo.

Comandos militares, zumbis, ninjas e extraterrestres não são os únicos personagens de videogames na cidade — ou na aldeia global.

Desde 2004, Games for Change* (Videogames em prol de mudanças, em tradução livre), grupo sem fins lucrativos, elaborou e promoveu videogames que inspiram os gamers a não eliminar os extraterrestres, mas sim a mudar o mundo para melhor. No primeiro videogame lançado pelo grupo, chamado PeaceMaker, os gamers foram convidados a mediar a paz entre israelenses e palestinos.

A página do Facebook Half the Sky Movement: The Game* ensina os gamers sobre ONGs dedicadas a questões da mulher e oferece oportunidades para fazer doações. No videogame, os gamers ajudam uma mulher indígena a superar desafios como abrir uma empresa e obter livros para fazer uma biblioteca para meninas. Cerca de 1,3 milhão de pessoas fizeram o download do videogame nos últimos três anos e doaram US$ 500 mil para grupos que ajudam mulheres.

“Os videogames naturalmente desafiam as pessoas apresentando problemas que elas podem não enfrentar no mundo real”, diz Erin Reynolds, fundador do estúdio de videogames Flying Mollusk que faz parceria com Games for Change. “Elas têm de pensar sobre certas questões de maneiras jamais consideradas antes.”

O presidente do grupo Games for Change, Asi Burak, acredita que videogame é uma prática social, participativa e educacional por princípio.

“Os videogames não somente são estimulantes se usados em prol de mudanças sociais (…) são interativos, pode-se tomar decisões, pode-se arcar com as consequências”, diz Burak. “De certa forma, você traça seu próprio caminho.”

Estudantes no Quênia jogam Half the Sky Movement (Foto: Cortesia)

Google, as Nações Unidas, a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional e outras organizações influentes aderiram à ideia.

Games for Change inspirou uma comunidade de desenvolvedores de videogames, gamers, ativistas sociais, formuladores de políticas e acadêmicos. No festival anual de 2014 da categoria, representantes da ONU apresentaram um videogame do gênero Minecraft no qual comunidades locais projetam espaços públicos em seus bairros.

No festival de 2015, Games for Change ampliaram seu alcance para atrair desenvolvedores de videogames, gamers e parceiros de diversas origens e grupos sociais e étnicos.

“Tentamos arduamente incluir tantas vozes quanto pudermos”, disse Burak.

* site em inglês