Homem caminha por corredor cercado por pessoas (© Erik Simander/AFP/Getty Images)
O presidente Trump anunciou a escolha de Robert C. O'Brien para ocupar o cargo assessor de Segurança Nacional (© Erik Simander/AFP/Getty Images)

O assessor de Segurança Nacional dos EUA tem um papel singular como o principal conselheiro do presidente. Eis o que você precisa saber sobre esse importante cargo da Casa Branca.

O que é “assessor de Segurança Nacional”?

O assistente do presidente para assuntos de segurança nacional — comumente conhecido como assessor de Segurança Nacional — é um assessor sênior que serve como o principal conselheiro interno do presidente em questões de segurança nacional.

O assessor de segurança nacional é geralmente membro de vários conselhos militares ou de segurança. Ele ou ela se reporta diretamente ao presidente, assim como chefes de Gabinete ou outros assessores sêniores.

O que o cargo envolve e qual sua relação com o que os chefes de Gabinete fazem?

O assessor de Segurança Nacional participa das reuniões do Conselho de Segurança Nacional dos EUA (CSN) e geralmente preside as reuniões do Comitê de Princípios do conselho com o secretário de Estado e o secretário de Defesa quando o presidente não está presente. O assessor de Segurança Nacional oferece ao presidente uma gama de opções sobre questões de segurança nacional.

Dentre outras funções, o assessor de Segurança Nacional ajuda a planejar as viagens do presidente ao exterior e providencia memorandos e pessoal para as reuniões do presidente e telefonemas com líderes mundiais.

O assessor de Segurança Nacional também prepara o presidente para reuniões do CSN, ajuda a redigir discursos de segurança nacional e de política externa, colabora com os preparativos para reuniões com líderes do Congresso, responde a pedidos presidenciais de obtenção de informações e atualiza o presidente sobre questões do momento.

Stephen Hadley, que foi assessor de Segurança Nacional do presidente George W. Bush de 2005 a 2009, descreveu o escopo do trabalho em um discurso de 2016. Ele afirmou que o assessor precisa promover iniciativas presidenciais no âmbito do Poder Executivo do governo federal.

Dois homens de pé em uma porta de entrada (© Ron Edmonds/AP Images)
O presidente George W. Bush, à esquerda, conversa com Stephen Hadley, seu assessor de Segurança Nacional, em 2009 (© Ron Edmonds/AP Images)

Embora o assessor de Segurança Nacional trabalhe em estreita colaboração com membros do Gabinete, Hadley disse que “é preciso ter cuidado para não usurpar o papel das autoridades do Gabinete — especialmente os secretários de Defesa e Estado”, que administram seus departamentos e têm autoridade sobre os orçamentos das agências.

O assessor de Segurança Nacional precisa de confirmação pelo Senado dos EUA?

Não. Isso por ser um trabalho de equipe e, como tal, “está isento da confirmação do Senado ou do testemunho público do Congresso”, disse Hadley.

Quando esse cargo foi criado?

O Conselho de Segurança Nacional foi criado em 1947 para coordenar a defesa, assuntos externos, política econômica internacional e inteligência, e o cargo de assessor de Segurança Nacional surgiu alguns anos depois. Robert Cutler se tornou o primeiro assessor de Segurança Nacional em 1953, servindo sob a regência do presidente Eisenhower.

Robert C. O’Brien, ex-enviado especial da Presidência para Assuntos ligados a Reféns do Departamento de Estado, é agora a 28ª pessoa a ocupar o cargo. Dos 27 assessores de Segurança Nacional anteriores, três (Henry Kissinger, Colin Powell e Condoleezza Rice) acabaram se tornando secretários de Estado.

O que torna o trabalho especialmente recompensador?

“Servir como assessor de Segurança Nacional é o melhor trabalho de política externa do governo”, disse Hadley. O assessor “passa mais tempo com o presidente do que qualquer outro membro da equipe de segurança nacional do presidente. É a primeira pessoa a ver o presidente de manhã quando o presidente aparece para trabalhar no Salão Oval e a última pessoa a ver o presidente antes que ele ou ela tome qualquer decisão importante relacionada à política externa ou à segurança nacional”.

Além disso, o assessor “é a pessoa mais propensa a conhecer a mente do presidente sobre essas questões”, disse ele. “Está envolvido em questões que abrangem e afetam o mundo.”

Livre das obrigações cerimoniais de um chefe de Gabinete, o assessor “passa uma proporção maior de seu tempo em assuntos de relevância política do que qualquer outro diretor de Segurança Nacional”, disse Hadley. “Se você gosta de política ao invés de pompa, vai adorar esse cargo.”