Grupo de mulheres gesticulando segurando cartazes (© Javier Galeano/AP Images)
O grupo dissidente cubano Damas de Branco protesta em 2011 para exigir a libertação de presos políticos (© Javier Galeano/AP Images)

[Nota do editor: Tomás Núñez Magdariaga, um dos presos políticos de Cuba cujo perfil é apresentado neste artigo, foi libertado da prisão em 15 de outubro de 2018.]

Martha Sánchez vestia branco quando foi para o seu local de votação em Artemisa, Cuba, em março de 2018 a fim de protestar contra a legitimidade da eleição de Cuba realizada naquele dia.

Embora o protesto de Martha tenha sido pacífico — apenas gritava slogans — ela foi detida à força e está presa desde então. Em agosto, o Tribunal Municipal de Artemisa concluiu seu julgamento e anunciou que buscaria uma pena de cinco anos prisão.

Martha é um dos cerca de 130 presos políticos de Cuba e um exemplo de como o governo cubano manipula seu sistema de justiça criminal para silenciar e punir ativistas pacíficos.

Martha vestia branco em solidariedade com as Damas de Branco a fim de representar inocência. Em 2003, as Damas de Branco começaram a protestar contra a prisão de dezenas de dissidentes, advogados e jornalistas em Cuba — muitos deles, maridos das manifestantes.

Nos anos seguintes, as Damas de Branco fizeram manifestações todos os domingos depois de ir à missa. Seu objetivo era protestar contra a detenção arbitrária e ilegal de ativistas pacíficos. Berta Soler, que lidera as Damas de Branco, é regularmente presa e detida por mais de 24 horas.

Entre 2010 e 2017, houve uma média de 540 prisões arbitrárias de curto prazo em Cuba por mês, segundo a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional. Apenas em setembro de 2018, houve 224 prisões desse tipo por motivos políticos.

Observatório Cubano de Direitos Humanos: “Eles a deixaram totalmente devastada” @observacuba #YamilkaAbascal #RolandoCasares @JuventudCuba @JuventudLAC #JuicioArbitrario http://buff.ly/2lJEBhl 

José Rolando Casares Soto, integrante da Mesa de Diálogo da Juventude Cubana, que promove reformas no sistema eleitoral de Cuba, foi preso na madrugada de 14 de julho de 2016 por agentes de segurança do Estado cubano depois de ter indagado sobre a prisão de outro membro de sua organização. Detido por dias sem acusação, Casares Soto foi condenado a cinco anos por “agressão”, “desacato” e “ofensa sexual”. Sua esposa, Yamilka Abascal Sánchez, foi posteriormente condenada a dois anos de prisão domiciliar, sujeita a supervisão policial.

The Yucatan Times: A injusta detenção de Tomas Nunez Magdariaga em Cuba http://www.theyucatantimes.com/2018/10/the-wrongful-detention-of-tomas-nunez-magdariaga-in-cuba/  @theyucatantimes

Recentemente, o Departamento de Estado dos EUA expressou grande preocupação* com a saúde física do ativista democrata cubano Tomás Núñez Magdariaga, membro do maior partido de oposição de Cuba. O partido diz que ele foi preso pelas autoridades com base em falsas acusações e condenado em um julgamento considerado uma farsa. Núñez está em greve de fome há mais de 50 dias em protesto.

“A situação de Núñez é uma confirmação cruel dessas práticas ilícitas e serve como um lembrete sombrio de que não há um devido processo legal para aqueles que criticam o governo cubano”, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert.

* site em inglês