
Pode apostar que os Jogos Paralímpicos que serão realizados de 7 a 18 de setembro no Rio de Janeiro vão inspirar muitas pessoas a treinar e competir.
É o que aconteceu com Pedro Pablo de Vinatea, do Peru, quando assistiu aos Jogos Paralímpicos de Londres em 2012, onde mais de 4 mil atletas de ponta de todo o mundo competiram em 20 modalidades esportivas, como futebol, rúgbi em cadeira de rodas, voleibol e levantamento de peso.
De Vinatea decidiu à época — 11 anos depois de perder a perna devido a um câncer aos 14 anos de idade — que começaria a treinar. Hoje, aos 29 anos, ele pretende competir no badminton nos Jogos Paralímpicos de Tóquio em 2020, a primeira vez em que a modalidade fará parte dos jogos.
Nos Estados Unidos, muitos atletas, incluindo Tatyana McFadden, que já ganhou 11 medalhas paralímpicas em atletismo, atribuem à Lei dos Americanos com Deficiência (ADA) o fato de ajudá-los a ter o acesso de que precisavam para treinar e se qualificar para os esportes competitivos. Essa lei de direitos civis de 1990 realizou mudanças radicais na vida diária de muitas pessoas, incluindo a vida de quem participa de esportes.
Conforme previsto na lei, organizações que patrocinam esportes devem proporcionar a uma pessoa com alguma deficiência, quer seja intelectual, de desenvolvimento, física ou outras, oportunidades iguais para participar de testes e competir em equipes. Elas devem fazer acomodações razoáveis para os competidores com deficiência, como o uso de um sinal de partida visual em vez de um tiro de partida para um corredor que é surdo ou abrir mão da regra do toque de duas mãos para um nadador que possui apenas um braço.
Antes de a lei ser promulgada, as pessoas não tinham muitas informações sobre como fazer a inclusão das pessoas com deficiência em instalações esportivas, disse Jim Pecht, do Conselho de Acesso dos EUA, órgão federal que promove a igualdade através de um design acessível.
Pecht recordou a história de uma família que levou o filho para uma piscina de sua cidade. “E ouviram no local: ‘Bem, ele pode entrar, mas tem de usar um capacete.’ E eles pensaram que aquela exigência era ridícula.” Um capacete era completamente desnecessário para o tipo de deficiência de seu filho. Eles prestaram queixa com o Departamento de Justiça dos EUA. O veredicto, disse Pecht, foi essencialmente: “Sim, vocês estão certos; isso é ridículo.”
Os Jogos Paralímpicos mudam as percepções
Ann Cody, três vezes atleta paralímpica, afirma que vê um aumento impressionante na popularidade dos esportes paralímpicos em comparação com a época em que competiu no basquete de cadeira de rodas em 1984 e ganhou uma medalha no atletismo em 1988 e 1992.
Os Jogos Paralímpicos de Londres, por exemplo, quebraram os recordes prévios de audiência, com um total de 3,4 bilhões de telespectadores fora do país anfitrião, o Reino Unido.
“Em todos os esportes paralímpicos e em cadeiras de roda, houve uma melhoria significativa, ou um desenvolvimento da excelência em todos os esportes paralímpicos e, de maneira mais ampla, por parte de mais países”, disse Ann, que ficou paralisada em decorrência de uma doença quando tinha 16 anos de idade.
“O esporte é um grande mecanismo de reunião para unir as pessoas”, disse Ann, que trabalha em diplomacia dos esportes no Departamento de Estado dos EUA.
Ann e de Vinatea teceram seus comentários durante um bate-papo virtual realizado em 4 de agosto, do qual participaram atletas paralímpicos através da hashtag #WithoutLimits* de Peru, Canadá e Estados Unidos. Mais informações sobre a inclusão nos esportes e a ADA estão disponíveis on-line** no bate-papo de uma hora de duração.
A diversidade e os talentos de mais de 140 atletas, músicos e outras pessoas estão em plena exibição neste trailer (em inglês) da cobertura dos Jogos Paralímpicos 2016 no Rio, do Canal 4, do Reino Unido:
Verifique suas emissoras locais para encontrar a cobertura dos Jogos Paralímpicos em sua região! Os jogos acontecerão de 7 a 18 de setembro.
* site em inglês
** vídeo em inglês