A diversidade religiosa dos Estados Unidos tem sido formada pelo direito à liberdade de religião, estabelecido pela Constituição e pela imigração.
De fato, o pluralismo religioso americano remonta ao seu passado colonial, quando membros de minorias religiosas perseguidas migraram da Europa para o Novo Mundo para poder praticar livremente suas crenças. E até hoje imigrantes chegam de todos os cantos do planeta, trazendo suas tradições singulares a pequenas e grandes cidades dos Estados Unidos.
Adeptos de todas as crenças são protegidos pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que assegura o livre exercício da religião e proíbe o governo de estabelecer uma religião de Estado ou dar preferência a qualquer grupo religioso.

Hoje, cristãos pertencentes a literalmente milhares de denominações respondem por três quartos da população dos EUA, sendo que os católicos romanos formam a maior denominação. No entanto, todas as outras grandes religiões do mundo também são celebradas nos EUA. E cerca de 16% da população não têm filiação religiosa.

Embora a maioria dos americanos seja composta de devotos, eles são tolerantes em relação às crenças religiosas das outras pessoas e notavelmente não dogmáticos, no sentido de não acreditar que sua própria religião seja a única verdadeira, de acordo com o Centro de Pesquisas Pew. Em qualquer comunidade dos EUA, você encontrará cristãos de muitas denominações se reunindo para a missa de domingo e judeus frequentando sinagogas na noite de sexta-feira e na manhã de sábado, além de muçulmanos rezando diariamente em suas mesquitas, enquanto hindus e budistas visitam templos para meditar e os siques (ou sikhs) comparecem aos serviços nas gudwaras (casas de culto).
Além disso, o diálogo e os serviços inter-religiosos são comuns em muitas comunidades, e os casamentos mistos já não são incomuns.

Alguns grupos religiosos prevalecem em certas partes dos EUA. Por exemplo, luteranos são fortemente representados na região norte do Meio-Oeste, ao passo que os batistas – incluindo membros de igrejas historicamente negras – predominam nos estados do Sul. Cristãos ortodoxos orientais se concentram sobretudo nos estados de Alasca, Pensilvânia, Califórnia e Nova York, enquanto Utah tem 90% de mórmons.

Em Dearborn, no Michigan, muçulmanos constituem um terço da população. E a região metropolitana da cidade de Nova York abriga a maior comunidade judaica fora de Israel.

Os siques – assim como muçulmanos e judeus – são encontrados em todo o território americano, mas principalmente na Califórnia, Nova Jersey e Nova York. Budistas, presentes sobretudo nas grandes cidades dos EUA, têm um peso especial em San José, na Califórnia.

Os quakers, talvez mais conhecidos por suas tradições pacifistas, possuem laços históricos com o Nordeste dos EUA, mas estão espalhados de costa a costa. Os hindus também são encontrados em todo o território. Mas a região de Nova York se destaca: tem mais templos budistas que qualquer outra parte do país, seguida por Texas e Massachusetts.

O xintoísmo é praticado nos estados de Colorado, Havaí e Washington – que tem um grande números de americanos de ascendência japonesa. Os rituais religiosos nativos do país, em toda a sua variedade, são amplamente realizados em terras indígenas, principalmente nos estados do Oeste, no Noroeste Pacífico e no Alasca.

A imigração proveniente da América Latina incrementou o número de católicos romanos e alguns grupos protestantes. E graças às mudanças culturais dos EUA, os dois grupos cujos números crescem mais rápido são o dos evangélicos e o dos que dizem não ter filiação religiosa.

Alguns evangélicos rezam em “megaigrejas”, definidas como igrejas protestantes com presença média semanal de 2 mil ou mais pessoas. E alguns grupos protestantes, como os pentecostais e os wesleyans, ainda se reúnem em tendas para rezar – um legado que remonta ao século 19, quando havia reuniões de oração na fronteira americana.

Membros dessas crenças, e muitos outros, celebram seus respectivos feriados e festivais, e cada vez mais se reúnem em cultos ecumênicos. Atuando ao lado de seus vizinhos não religiosos, eles são voluntários em refeitórios, centros de distribuição de comida e outras iniciativas de caridade.
A tradição do pluralismo religioso, uma característica definidora da democracia dos EUA introduzida no século 18, está viva e pulsante no século 21.
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