Mulheres observam e se abraçam enquanto corpos são exumados (© Laurel Chor/Sopa Images/LightRocket/Getty Images)
Mulheres se consolam enquanto corpos são exumados de uma vala comum para serem inspecionados por possíveis crimes de guerra em Bucha, Ucrânia, em 8 de abril (© Laurel Chor/Sopa Images/LightRocket/Getty Images)

Na Ucrânia, as forças militares do presidente russo, Vladimir Putin, têm destruído prédios de apartamentos, escolas, hospitais, shopping centers e ambulâncias, deixando milhares de civis mortos ou feridos.

Evidências crescentes indicam que as forças da Federação Russa estão torturando e matando civis nas cidades em que estes são capturados.

Depois que as forças militares russas se retiraram do subúrbio de Bucha, em Kiev, autoridades municipais resgataram centenas de corpos das ruas e descobriram uma vala comum*. Em Mariupol, as bombas da Rússia atingiram uma maternidade e um teatro que abriga crianças, que estava claramente marcado com a palavra “дети” — palavra em russo que significa “crianças” — em letras enormes visíveis do céu.

O Kremlin continua a disseminar desinformação* em um esforço para fugir da responsabilidade pelas atrocidades cometidas por suas forças em Bucha, Mariupol e em outras cidades da Ucrânia. Testemunhas oculares e reportagens*, bem como investigações forenses, mostram que as forças militares da Rússia estão por trás desses atos hediondos. O secretário de Estado, Antony Blinken, anunciou que o governo dos EUA avalia que membros das forças russas têm cometido crimes de guerra na Ucrânia.

Blinken salientou que as forças de Putin estão empregando as mesmas táticas na Ucrânia que utilizaram em Grozny, capital da República da Chechênia da Federação Russa, e em Alepo, na Síria, usando o “bombardeio de cidades para abalar o moral do povo”.

Quando o Kremlin enviou seus militares para a Chechênia em 1999 a fim de reprimir uma revolta separatista, o intenso bombardeio realizado pelas forças russas* resultou na morte de milhares de civis na capital.

Mãos amarradas com corda e lista de atrocidades cometidas por militares russos (Gráfico: Depto. de Estado/M. Gregory. Foto: © siam.pukkato/Shutterstock.com)
(Depto. de Estado/M. Gregory)

Em 2008, quando as forças russas invadiram o país vizinho independente da Geórgia, elas dispararam bombardeios aéreos, de artilharia e advindos de tanques*, matando e ferindo civis.

Em seguida, em 2014, depois que a Rússia tomou a Península da Crimeia na Ucrânia, tropas de ocupação e outras autoridades russas submeteram aqueles que se opunham pacificamente à ocupação, incluindo membros do grupo minoritário tártaro da Crimeia, a assassinatos e sequestros.

Na Síria, em 2019, as forças militares da Rússia, apoiando o regime de Bashar al-Assad, atacaram instalações médicas em Idlib e outras cidades. Em maio de 2019, o bombardeio da Rússia destruiu quatro hospitais na Síria em um período de 12 horas, segundo o New York Times.

As brutalidades que as tropas russas estão infligindo hoje ao povo da Ucrânia são apenas os exemplos mais recentes do vergonhoso histórico de atrocidades infligidas pelas forças militares russas. Depois que autoridades do governo russo tentaram culpar neonazistas pelo atentado de 16 de março em um teatro em Mariupol, na Ucrânia, que matou 600 civis neonazistas, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, disse que os propagandistas da Rússia estavam recorrendo a “novas táticas antigas”* para fugir da responsabilidade.

“Eles estão tentando distorcer os fatos”, disse Zelenskyy. “Mas, como à época, eles não terão sucesso. Eles não serão capazes de enganar o mundo inteiro.”

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