A tempo de coincidir com o Dia da Independência dos EUA, comemorado em 4 de julho, uma nova exposição em um museu de Washington utiliza artefatos e tesouros históricos para examinar a evolução da democracia americana.

Agora em exibição no Museu Nacional de História Americana do Instituto Smithsoniano, a exposição Democracia Americana: um Salto de Fé explora os debates que têm moldado os EUA há mais de 240 anos e traça a evolução da experiência americana em um governo do povo, pelo povo e para o povo.

Vagão de madeira antigo com slogans relacionados ao sufrágio feminino (Instituto Smithsoniano)
Vagão do sufrágio feminino, 1870-1920. As sufragistas pintaram slogans neste vagão de entrega e o usaram para manifestações e publicidade (Instituto Smithsoniano)

“Parece tão óbvio agora que você pode ter uma democracia representativa, mas a ideia era revolucionária no século 18”, disse Barbara Clark Smith, uma das curadoras da exposição.

A curadora Lisa Kathleen Graddy disse que os residentes da 13a colônia britânica que formou os Estados Unidos, à época um país que começava a se constituir, deixaram de lado suas diferenças para forjar uma nova nação.

(Instituto Smithsoniano)
Esta bandeira de seda rara, que retrata a Senhora Liberdade, provavelmente foi transportada em um dos muitos desfiles públicos da Filadélfia durante a década de 1790 (Instituto Smithsoniano)

“Quando se abandona a monarquia e se torna um país de soberania popular, existem questões que necessitam ser abordadas,” disse Lisa. “Por exemplo: 1) Quem é ‘o povo’? Quem tem o direito de votar? 2) Como se entrega o voto? 3) Como os cidadãos participam, além de votar? E 4) De que tipo de cidadania uma democracia necessita?”

Mesa de mogno de Thomas Jefferson (Instituto Smithsoniano)
Esta mesa de mogno, pertencente a Thomas Jefferson, foi usada na elaboração da Declaração de Independência (Instituto Smithsoniano)

Dentre alguns dos itens icônicos em exibição, encontram-se os seguintes: a mesa portátil usada por Thomas Jefferson para redigir a Declaração de Independência em 1776; um xale de seda vermelho usado por Susan B. Anthony, ativista defensora dos direitos das mulheres; e um par de sapatos usados por um apoiador dos direitos civis em uma marcha de 1965 de Selma a Montgomery, no Alabama.

Também em exibição: memorabilia da campanha presidencial, incluindo botões de campanha proclamando fidelidade a George Washington; um botão em forma de Lua Crescente representando o sorriso de Theodore Roosevelt; e rolhas de garrafas adornadas com a caricatura de Dwight D. Eisenhower e John F. Kennedy.

As telas suspensas mostram comerciais de campanha política, lembrando as incessantes mensagens destinadas aos eleitores durante a temporada eleitoral. Em outros lugares, os visitantes podem usar telas sensíveis ao toque para responder a perguntas a fim de saber seus pontos de vista sobre como a democracia deveria funcionar nas esferas federal, estadual e local. (No final de cada dia, os curadores computam as respostas para avaliar o espectro de opiniões.)

Charges políticas* dos anos 1700 e os famosos cartazes de títulos da Segunda Guerra Mundial das “Quatro Liberdades” (liberdade de expressão, liberdade de culto, liberdade de viver sem passar necessidade e liberdade de viver sem medo) estão em exibição.

Desenho de homem em cavalo pinoteando (Instituto Smithsoniano)
Esta impressão de 1779, publicada na Inglaterra, previu a derrota da Grã-Bretanha pelos rebeldes coloniais (Instituto Smithsoniano)

A mensagem geral da exposição, disse Lisa, é que a democracia funciona somente quando os cidadãos estão engajados. A democracia é uma empresa desordenada, disse ela, mas os americanos “estão sempre se esforçando para formar ‘uma união mais perfeita’, como pretendiam os fundadores do país”.

* site em inglês