Os Estados Unidos estão exigindo que o regime iraniano liberte da prisão a família de um manifestante que as forças de segurança iranianas mataram no mês passado. Ele receberia uma homenagem em forma de memorial em 26 de dezembro.
Pouya Bakhtiari, 27, morreu nos braços da mãe* em decorrência de um ferimento causado por um tiro que atingiu sua cabeça em 16 de novembro em Karaj, a oeste da capital Teerã, segundo relatou a Rádio Farda. Bakhtiari e sua mãe, Nahid Shirpisheh, haviam participado de manifestações após um brusco aumento de preço de gasolina provocar protestos generalizados contra a corrupção e a brutalidade do regime iraniano.
#IranProtests
Pouya Bakhtiari’s grave is encircled by security forces. Entrance to cemetery blocked, family ordered out & several people arrested. Helicopters hover above. His parents are in jail. pic.twitter.com/cxd5MdeHq8— Farnaz Fassihi (@farnazfassihi) December 26, 2019
TUÍTE:
Farnaz Fassihi: #IranProtests (protestos no Irã)
O túmulo de Pouya Bakhtiari está rodeado de forças de segurança. A entrada para o cemitério está bloqueada, famílias foram forçadas a sair e várias pessoas foram detidas. Helicópteros pairam acima do local. Seus pais estão na cadeia. pic.twitter.com/cxd5MdeHq8 j @farnazfassihi
O dia 26 de dezembro marca 40 dias desde o começo dos protestos e um dia de luto em homenagem aos manifestantes mortos. Os pais de Bakhtiari e outros membros da família haviam planejado um memorial em homenagem a Bakhtiari para 26 de dezembro, mas as forças de segurança do regime prenderam membros de sua família em 23 de dezembro.
“Os EUA denunciam fortemente a prisão dos pais de Pouya Bakhtiari e exigem sua soltura imediata”, disse Michael R. Pompeo, secretário de Estado dos EUA, em um tuíte no dia seguinte. “É hora da comunidade internacional se unir ao povo iraniano e responsabilizar o regime.”
O regime do Irã desligou a internet em 16 de novembro a fim de ocultar uma repressão brutal contra os protestos nacionais. Forças de segurança do regime mataram cerca de 1.500 iranianos**, segundo a Reuters, incluindo o massacre de pelo menos 100 pessoas em Mahshahr no sudoeste do Irã. A NetBlocks, ONG que rastreia o acesso à internet, relatou outro blecaute da internet em 26 de dezembro em antecipação a uma segunda onda de protestos em um mês.
Update: Mobile internet connectivity has fallen further in #Iran amid reports of security reinforcement; real-time network data show connectivity at 5% of ordinary levels on specified networks after four distinct cuts; incident ongoing 📉#Internet4Iran
📰https://t.co/BNTPP9wEyt pic.twitter.com/Wh2uy5xIxp
— NetBlocks.org (@netblocks) December 26, 2019
TUÍTE (1/2):
NetBlocks.org:
Confirmado: prova da interrupção da internet móvel em partes do Irã a partir de aproximadamente 18h30 (03:00 hora universal, UTC); dados de rede em tempo real mostram duas quedas distintas de conectividade nesta manhã em meio a relatos de interrupções regionais; incidente em andamento
#Internet4Iran #Iran @netblocks
https://netblocks.org/reports/partial-internet-disruption-registered-in-iran-oAvqX18Y
TUÍTE (2/2):
NetBlocks.org:
Atualização: A conectividade à internet móvel caiu ainda mais no Irã em meio a relatos de reforço de segurança; dados de rede em tempo real mostram conectividade em 5% dos níveis comuns em redes especificadas após quatro cortes distintos; incidente em andamento
#Internet4Iran #Iran @netblocks
https://netblocks.org/reports/partial-internet-disruption-registered-in-iran-oAvqX18Y
A prisão da família de Bakhtiari dá continuidade ao tratamento desumano às famílias das vítimas por parte do regime. A ONG Anistia Internacional relata que o governo se recusou a devolver o corpo de algumas vítimas ou exigiu pagamento pelo custo da bala usada para matá-las.
Nos dias que antecederam sua prisão, a família de Bakhtiari prometeu*** mover uma ação judicial a fim de identificar seu assassino e condenou a brutalidade do regime contra seu próprio povo.
“Se eles tivessem um problema com os protestos e quisessem dispersar as multidões, eles poderiam ter usado gás lacrimogêneo ou atirado no ar”, Nahid disse ao Centro para os Direitos Humanos no Irã antes de ser presa. “Eles poderiam pelo menos ter atirado em sua perna. Por que eles atiraram na cabeça do meu filho?”
* site em inglês e persa
** site em inglês com links para páginas em outros idiomas
*** site em inglês