Os líderes de hoje devem ser fortes o suficiente para reconhecer os interesses comuns e a humanidade comum do mundo, e que princípios como direitos humanos e dignidade humana “são universais”, afirmou o presidente Obama à Assembleia Geral das Nações Unidas* em 28 de setembro.

No século 21, a força de um país não é mais definida por seu controle de território. Pelo contrário, depende do “sucesso de seu povo — seu conhecimento, sua inovação, sua imaginação, sua criatividade, sua energia, sua oportunidade”, que requer “direitos individuais, boa governança e segurança pessoal”, declarou.

O presidente disse que a democracia inclusiva, que permite oposição política pacífica, sociedade civil, uma imprensa livre, imigração e igualdade de gênero, fortalece os países e permite que eles atinjam seu pleno potencial.

“Os fatos demonstram que as nações obtêm êxito quando vão em busca de uma paz e prosperidade inclusivas dentro de suas fronteiras, e trabalham cooperativamente com países além de suas fronteiras”, disse ele. “Nossas nações são mais seguras quando defendemos leis básicas e normas básicas, e seguimos um caminho de cooperação em vez de conflito.”

Obama disse que catástrofes, como a que está acontecendo na Síria, “não ocorrem em países em que existem uma democracia genuína e respeito pelos valores universais que esta instituição tem função de defender”.

Os Estados Unidos vão reassentar 10 mil refugiados da Síria como parte de seu número anual global (© AP Images)

Os homens fortes de hoje “se tornam a centelha da revolução amanhã”, disse ele. “Você pode encarcerar seus adversários, mas não pode encarcerar ideias. Você pode tentar controlar o acesso à informação, mas não pode transformar uma mentira em verdade.”

O presidente disse que nenhum país pode se isolar dos perigos comuns do mundo, como o terrorismo, as mudanças climáticas e a instabilidade econômica.

“O povo de nossas nações unidas não são tão diferentes como dizem”, afirmou. “Nós vivemos em um mundo integrado — um em que todos temos uma participação no sucesso um do outro. (…) E se não pudermos trabalhar em conjunto de forma mais eficaz , todos nós sofreremos as consequências.”

Os Estados Unidos vão reassentar 10 mil refugiados da Síria como parte de seu número anual global (© AP Images)

Muito pode ser realizado quando os países trabalham juntos e são responsabilizados por violar as regras internacionais, disse Obama.

O acordo sobre as atividades nucleares do Irã impede que o Irã obtenha uma arma nuclear, e lhe permite acessar energia pacífica. “Se este acordo for totalmente implementado, a proibição de armas nucleares será reforçada; uma guerra potencial, evitada; o nosso mundo, mais seguro. Essa é a força do sistema internacional, quando funciona da maneira que deveria”, disse ele.

Ao mesmo tempo, o compromisso dos EUA com a ordem internacional está guiando sua resposta às atividades da Rússia na Ucrânia.

“Nós não podemos ficar parados quando a soberania e a integridade territorial de uma nação são violadas de maneira flagrante. Se isso acontece sem consequências na Ucrânia, pode acontecer a qualquer nação reunida aqui hoje”, disse Obama.

Durante os últimos 70 anos, as Nações Unidas têm ajudado a criar uma ordem internacional “que realizou avanços sem precedentes em prol da liberdade humana e da prosperidade”, disse o presidente. “Este progresso é real. Ele pode ser documentado em vidas salvas, acordos forjados, doenças curadas e em bocas alimentadas.”

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