Oferecendo uma visão mais completa do lado indígena de Maryland

Elizabeth Rule sorrindo (Cortesia: Elizabeth Rule)
Elizabeth Rule (Cortesia: Elizabeth Rule)

O estado americano de Maryland, um dos 13 estados originais que declararam independência da Grã-Bretanha, tem uma rica história que sempre incluiu o povo indígena. Elizabeth Rule, professora que se tornou desenvolvedora de aplicativos, está ajudando as pessoas a aprender sobre essas contribuições passadas e presentes.

“Eu realmente me interessei pelo mapeamento como uma forma de contar as histórias não contadas dos povos indígenas”, disse Elizabeth, professora assistente de Raça, Gênero e Cultura na Universidade Americana em Washington e cidadã registrada na Nação Chickasaw.

O aplicativo móvel Guide to Indigenous Maryland* (Guia de Maryland Indígena, em tradução livre) leva as pessoas a um tour virtual por 21 lugares culturalmente significativos — incluindo pontos de referência, obras de arte e prédios — que contam coletivamente uma história mais sutil sobre os povos indígenas de Maryland.

Um foco contemporâneo

Elizabeth afirmou que quer lutar contra o estereótipo de que os indígenas são apenas figuras históricas, “portanto, muito do foco é contemporâneo”.

Tomemos, por exemplo, o mural “Duality of Indigeneity” (Dualidade de indigeneidade, em tradução livre) em Baltimore pelo artista do Colorado Gregg Deal, que é membro da tribo paiute do Lago Pirâmide. O mural mostra dois meninos de frente um para o outro — um com cabelos compridos, o outro com capuz. “Qual deles é mais indígena?” Deal pergunta. “E a resposta é que ambos são indígenas*”, disse ele ao Baltimore Sun em 2016.

Tuíte:
Ron Cassie
Esta terra é a terra deles. Feliz Dia do Povo Indígena — inédito em Baltimore — tiro o meu chapéu para o prefeito Brandon M. Scott por isso. Mural do artista indígena Gregg Deal, “The Duality Of Indigeneity”, em frente à [organização artística] Creative Alliance.
#HappyIndigenousPeoplesDay @MayorBMScott @greggdeal @ron_cassie

Outros sites no aplicativo incluem:

Mãos segurando uma foto emoldurada de um ameríndio (© Julia Nikhinson/The Washington Post/Getty Images)
Gabrielle Tayac, da Nação Indígena Piscataway, segura uma fotografia de seu falecido pai, Joseph Proctor Tayac, e um laço de tabaco em memória dos ancestrais na Festa dos Mortos em Moyaone, local sagrado de Piscataway em Accokeek, Maryland (© Julia Nikhinson/The Washington Post/Getty Images)

Elizabeth desenvolveu o aplicativo com uma força-tarefa estadual composta por várias entidades, incluindo nações indígenas locais de Maryland, os 24 sistemas de bibliotecas públicas do estado e organizações culturais que preservam e promovem a herança ameríndia e indígena.

Nicholas Brown, diretor-executivo interino do Sistema de Bibliotecas Memoriais do Condado de Prince George de Maryland, afirma que o aplicativo ajuda as pessoas a entender como a cultura indígena é essencial nos Estados Unidos. Ele destacou que vários lugares na região de Washington, como o Rio Anacostia e o Parque Piscataway, têm nomes de tribos que viviam lá e muitas vezes ainda vivem.

Homem posando para foto ao lado de uma árvore (© Cyrus McCrimmon/The Denver Post/Getty Images)
Vine Deloria Jr., estudioso e autor ameríndio, em 2002. A biblioteca no interior do Museu Nacional Smithsoniano dos Recursos Culturais Ameríndios leva seu nome (© Cyrus McCrimmon/The Denver Post/Getty Images)

“Faz parte da vida cotidiana, mas as pessoas não costumam ter em mente o fato de que esta é uma terra indígena”, afirmou Brown.

O aplicativo marca o terceiro de uma série de Elizabeth centrada em povos indígenas. Ela também criou o Guia de Baltimore Indígena* e o Guia do Distrito de Colúmbia Indígena*.

“Fui inspirada a criar um recurso educacional para, em primeiro lugar, meus alunos indígenas que não sabiam que Washington, DC, tinha uma história indígena tão profunda, rica e diversificada, e também uma presença indígena.”

* site em inglês