
Nos EUA, o número de pessoas que falam um idioma em casa diferente do inglês quase triplicou de 23,1 milhões (cerca de uma em dez) para 67,8 milhões (cerca de uma em cinco) nas últimas três décadas, de acordo com o Bureau do Censo.
Existem entre 350 e 430 idiomas falados nos Estados Unidos, tornando-o um dos países com maior diversidade linguística da Terra, de acordo com o serviço sem fins lucrativos Tradutores Sem Fronteiras. Seu número é consistente com a estimativa do Bureau do Censo dos EUA de “mais de 350 idiomas”.
Os americanos traçam suas raízes em todas as partes do globo, e muitos podem falar a língua nativa dos lugares de onde eles ou seus ancestrais vieram.

Em outras palavras, enquanto a maior parte da população dos EUA (78,4%) fala apenas inglês em casa, uma parcela crescente (21,6%) das famílias americanas fala outros idiomas além do inglês.
Os hispânicos são o maior grupo minoritário nos EUA e, por isso, não é surpresa que o espanhol seja a língua não inglesa mais falada nos lares americanos. Cerca de 42 milhões de pessoas falam espanhol em casa (representam cerca de dois terços das pessoas que falam um idioma diferente do inglês).

As cinco principais línguas não inglesas* faladas nos lares americanos também incluem o chinês (falado por 3,49 milhões de pessoas nos lares americanos, ou 5,2% desses lares); tagalo (1,7 milhão, ou 2,6%); vietnamita (1,5 milhão, ou 2,3%); e árabe (1,2 milhão, ou 1,9%).
Renovando o inglês
O aumento de idiomas falados enriquece o inglês americano, que está em constante evolução a partir de “palavras emprestadas”. Suzanne Kemmer, professora de Linguística da Universidade Rice, escreve: “Faz parte da história cultural dos falantes de inglês que eles sempre adotem palavras emprestadas dos idiomas de quaisquer culturas com as quais entrem em contato.”
Graças à popularidade da culinária mexicana, há muitas palavras em espanhol que os anglófonos usam diariamente. Além disso, os estados e as cidades dos EUA frequentemente recebem nomes de santos (San Francisco, Santa Clara, etc.) ou características geográficas em espanhol. Por exemplo, o estado de Montana leva o nome da palavra espanhola para “montanha” (“montaña”), e o nome da cidade de Monterrey, na Califórnia, é uma palavra espanhola que significa “montanha do rei”.

Considerando a grafia em inglês, a palavra “rodeo” (rodeio) tem origem espanhola, assim como a palavra “alligator” (jacaré, que vem de “el lagarto”, que significa “o lagarto”). O espanhol também expandiu o vocabulário do inglês com palavras como “barracuda”, “aficionado”, “plaza”, “tango”, “bonanza” (bonança), “savvy” (habilidoso), “coyote” (coiote) e “vigilante” (justiceiro), para citar apenas alguns exemplos.
O chinês, como o espanhol, forneceu aos falantes de inglês uma riqueza de palavras relacionadas à comida e também palavras como “gung-ho” (“para mostrar entusiasmo”) e “typhoon” (tufão).
A gíria americana “boondocks” (ou a abreviação “boonies”, que significa região campestre afastada) veio da palavra tagalo “bundók”, que significa “montanha”, usada como abreviação para uma região rural e montanhosa. E a palavra vietnamita “pho”, o nome de um prato de sopa tradicional, é usada por amantes de comida de língua inglesa em todos os lugares.
O árabe, como o espanhol e o chinês, tem contribuído prolificamente para o idioma inglês. Palavras comumente usadas como “algebra” (álgebra), “giraffe” (girafa), “sofa” (sofá), “tariff” (tarifa), “safari” (safári), “alchemy” (alquimia), “gazelle” (gazela), “alcohol” (álcool), “cotton” (algodão), “sugar” (açúcar) e “ghoul” (zumbi) vêm todas do árabe.
* site em inglês