
Para a maioria dos jornalistas, dirigir-se apressadamente até lugares dos quais outras pessoas estão fugindo não representa uma busca por emoções; é uma exigência do trabalho que realizam. Mas o declínio constante da liberdade de imprensa e da segurança está fazendo com que aqueles que querem fazer reportagens em regiões de conflitos desenvolvam mais do que boas habilidades investigativas e de reportagem. Hoje em dia, também é necessário que eles aprendam como sobreviver.
Através da iniciativa S.A.F.E (sigla em inglês cujas iniciais correspondem a Protegendo o Acesso à Liberdade de Expressão, do site em inglês), a organização sem fins lucrativos de Washington chamada International Research & Exchanges Board (Conselho Internacional de Pesquisa e Intercâmbios, em tradução livre) abriu cinco centros de recursos de segurança com sede regional que estão capacitando jornalistas em habilidades que podem salvar suas vidas.
Com a ajuda do Departamento de Estado, cerca de 300 jornalistas foram capacitados por seus pares em questões como segurança física, contra-vigilância, como lidar com multidões violentas, primeiros socorros prestados em caso de emergência, segurança digital dentro e fora do trabalho, e cuidados psicossociais.
Durante uma conferência em 20 de janeiro sobre segurança jornalística no Departamento de Estado, o secretário Kerry reconheceu (site em inglês) que “cerca de dois terços dos jornalistas que morrem de maneira violenta são mortos em virtude de, e não em detrimento de sua profissão. (…) E na maioria dos casos, os criminosos não são capturados”.
Os jornalistas podem e devem perguntar sobre o seguinte: o acesso a bens essenciais; o desenvolvimento de consciência situacional; o que fazer ou dizer se forem parados, revistados ou raptados; e outras preocupações, afirmou Kerry.
“Se eu estivesse prestes a chegar a um ambiente incerto a fim de tentar cobrir uma história, eu sem sombra de dúvida iria querer saber o máximo que pudesse”, declarou Kerry.
O Departamento de Estado apoia a capacitação para jornalistas em zonas de conflito através do seu programa TechCamp (site em inglês). Uma conferência de dois dias (site em inglês) em Nova York foi organizada para conectar jornalistas a tecnólogos, organizações não governamentais, e autoridades governamentais e das Nações Unidas para criar soluções tangíveis para proteger os jornalistas.
Cerca de 90 participantes de 19 países participaram da conferência e conceberam soluções para abordar as complexidades de trabalhar em zonas de conflito.