
Quando Barack Obama dá as boas-vindas aos novos imigrantes que chegam aos EUA, ele mantém uma tradição tão antiga quanto a própria nação. Mesmo antes de se tornar o primeiro presidente dos EUA, George Washington ajudou a estabelecer essa tradição:
“O seio dos Estados Unidos está aberto para receber não apenas o opulento e o estranho respeitável, mas o oprimido e o perseguido de todas as nações e religiões; a quem havemos de dar as boas-vindas para uma participação em todos os nossos direitos e privilégios”, afirmou Washington* em 1783.
Os EUA são uma nação de imigrantes. Às vezes, um sentimento anti-imigrante surge, mas em cada caso a nação acabou repudiando essas visões e acolhendo seus mais novos cidadãos como parte da estrutura da sociedade nacional.

- Alexander Hamilton: Hamilton* saiu das Índias Ocidentais e chegou às colônias britânicas da época como um adolescente órfão e sem dinheiro. Ao ganhar proeminência nos novos Estados Unidos, os oponentes zombaram dele por ter nascido no exterior. Não funcionou. Hoje, as pessoas conhecem Hamilton como um dos Pais Fundadores, arquiteto do sistema financeiro dos EUA e o homem que estampa a nota de US$ 10.
- Os legisladores pedem desculpas: os trabalhadores chineses afluíram para os Estados Unidos durante as décadas de 1850 e 1860 para trabalhar em minas e na construção de ferrovias. Em 1882, o Congresso proibiu que houvesse mais imigração chinesa. O Congresso acabaria revogando essa lei e pedindo desculpas por isso. Em 2012, a Câmara dos Deputados dos EUA promulgou esta resolução*, introduzida pela congressista Judy Chu: “Considerando que os sino-americanos continuam a desempenhar um papel significativo no sucesso dos Estados Unidos; e considerando que os Estados Unidos foram fundados com base no princípio de que todas as pessoas são criadas iguais: Portanto, fica resolvido que a Câmara dos Deputados lamenta a promulgação de legislação que afetou de maneira adversa as pessoas de origem chinesa nos Estados Unidos em virtude de sua etnia.”

- Os Sabe Nada: ativo nos anos 1850, o Partido Americano*, também chamado de Sabe Nada, prometeu limitar a influência dos católicos irlandeses e outros imigrantes nos Estados Unidos. Dentre seus adversários estava Abraham Lincoln. “Eu tenho mais consideração por eles do que pelos extensionistas da escravidão”, disse ele em 1855. O futuro presidente não via a hora de que chegasse o dia em que os Sabe Nada seriam “totalmente despedaçados”. E eles foram logo depois. Posteriormente, os americanos elegeram John F. Kennedy, de origem católica irlandesa, à Presidência.
Em 2013, o presidente Obama reafirmou* a crença tão antiga quanto a república americana:
“Ao longo da nossa história, os imigrantes abraçaram o espírito de liberdade, igualdade e justiça para todos — os mesmos ideais que levaram os patriotas de 1776 a se opor a um império, guiaram os conspiradores enquanto eles construíam uma república mais forte, e mobilizaram gerações para fazer a junção da nossa promessa feita por ocasião de nossa fundação com as realidades do nosso tempo.”
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