Quando um assassino deu um tiro fatal em Martin Luther King em Memphis, em 1968, o ícone dos direitos civis estava na cidade prestando apoio a trabalhadores negros do setor de saneamento que estavam em greve por melhores salários e melhor tratamento.
“Se eu não parar para ajudar os trabalhadores de saneamento, o que vai acontecer com eles?” declarou King, em um apelo aos cidadãos para apoiar os trabalhadores, no que seria seu último discurso (texto em espanhol e inglês). “Essa é a questão.”
Historicamente, o movimento sindical tem sido uma força contribuidora para a capacitação dos afro-americanos. Mas o caminho nem sempre foi direto ou fácil.
Durante o final do século 19 e início do século 20, os afro-americanos enfrentaram discriminação e segregação dentro dos sindicatos. Em resposta, eles criaram seu próprio, enquanto continuavam a buscar adesão nos principais sindicatos.
“A participação em sindicatos foi importante como uma espécie de campo de treinamento para a liderança negra”, disse Steven Pitts, especialista em questões trabalhistas com a Universidade da Califórnia, em Berkeley. “Você encontra várias vezes, em todo o país, negros que foram líderes em sindicatos e também líderes comunitários.”

“Bonito, alto, imponente em estatura e porte, e possuidor de uma magnífica voz para oratória”, Randolph provou ser um habilidoso estrategista político. Ao organizar o Movimento da Marcha para Washington (site em inglês) em 1941 e organizar uma marcha para Washington com o potencial para 100 mil pessoas, Randolph persuadiu o presidente Franklin D. Roosevelt a acabar com a segregação nas indústrias de defesa (site em inglês).
Anos mais tarde, Edgar Nixon (biografia em inglês), outro líder sindical afro-americano da filial do Alabama da Irmandade de Cabineiros de Trens Noturnos, desempenhou um papel crucial na organização do Boicote a Ônibus de Montgomery (site em inglês) de 1955.
Pitts observou que à medida que os afro-americanos aderiam a sindicatos que agregavam pessoas de diversas raças, essas organizações se tornaram mais propensas a exercer pressão em favor de questões relativas aos direitos civis. Alguns sindicatos poderosos não segregados apoiaram os esforços de Edgar Nixon para acabar com a segregação em Montgomery e em outras regiões.
“O apoio financeiro da UAW [Trabalhadores da Indústria Automobilística] e de outros sindicatos para a Conferência da Liderança Cristã do Sul foi importante no apoio aos esforços no Sul”, afirmou Pitt.
A adesão aos sindicatos continua a ajudar os afro-americanos a melhorar suas vidas. Um estudo (site em inglês) conclui que integrantes de sindicatos negros e afro-americanos ganham 32% a mais do que seus pares não sindicalizados. E os trabalhadores afro-americanos hoje pertencem a sindicatos em uma proporção maior do que qualquer outra raça ou etnia.