Parcerias entre EUA e África promovem ideais compartilhados

Os Estados Unidos e a África devem “trabalhar juntos como parceiros iguais” para enfrentar alguns dos problemas mais prementes do mundo, disse o secretário de Estado, Antony Blinken, em 8 de agosto.

Blinken destacou esses desafios em um importante discurso proferido na Universidade de Pretória, na África do Sul, enquanto delineava uma nova estratégia dos EUA para fazer avançar metas compartilhadas com as nações africanas.

“Os Estados Unidos não ditarão as escolhas de África. Nem mais ninguém deveria. O direito de fazer essas escolhas pertence aos africanos, e somente aos africanos”, disse Blinken.

O secretário observou que em 1963, o antecessor da União Africana começou sua carta pedindo o “direito inalienável de todas as pessoas controlar seu próprio destino”. Os africanos também defenderam a ideia de que o clima está ligado à saúde e que a desigualdade ameaça a segurança.

Antony Blinken falando sob a imagem que diz "Future Africa" ao lado de um desenho delineado da África (© Andrew Harnik/AP Images)
Blinken fala sobre a Estratégia dos EUA para a África na Universidade de Pretória em Pretória, África do Sul, em 8 de agosto (© Andrew Harnik/AP Images)

“Simplificando, os Estados Unidos e as nações africanas não podem alcançar nenhuma das nossas prioridades compartilhadas, seja se recuperar da pandemia, criar oportunidades econômicas amplas, enfrentar a crise climática, expandir o acesso à energia, revitalizar democracias, fortalecer a livre e aberta ordem internacional — não podemos fazer nada disso se não trabalharmos juntos como parceiros iguais”, declarou Blinken.

Promovendo a abertura

Os Estados Unidos manterão as regras internacionais que permitem que pessoas e nações escolham seus caminhos e moldem seu mundo, disse Blinken.

As parcerias dos EUA na África estão expandindo o acesso à internet para permitir o livre fluxo de ideias, informações e investimentos. A Corporação Financeira de Desenvolvimento Internacional dos EUA financiou US$ 300 milhões em 2021 para construir e operar centros de dados a fim de melhorar a conectividade na África.

Um projeto de US$ 600 milhões construirá cabos de telecomunicações submarinos que fornecem internet confiável de alta velocidade para países de África, Europa, Sudeste Asiático e Oriente Médio.

Tuíte:
Secretário Antony Blinken
Como enfatizei em meu pronunciamento de hoje, nossa Estratégia para a África Subsaariana reconhece que a África moldará o futuro, não apenas o futuro do povo africano, mas do mundo.

Garantindo que as democracias produzam resultados

A esmagadora maioria dos africanos é a favor da democracia. No entanto, garantir que as democracias produzam resultados aos cidadãos é um desafio enfrentado por países ao redor do mundo, disse Blinken. Os Estados Unidos e os parceiros africanos estão combatendo a desinformação e a corrupção, e fortalecendo as forças de segurança africanas.

Blinken disse que o governo dos EUA está autorizado a investir US$ 200 milhões por ano para promover sociedades pacíficas, inclusivas e estáveis em todo o mundo nos próximos dez anos, incluindo países como Moçambique e as nações costeiras da África Ocidental de Benin, Costa do Marfim, Gana, Guiné e Togo.

Pessoas em uma fila ao ar livre (© Ofoe Amegavie/AP Images)
Eleitores fazem fila em um local de votação em Acra, Gana, 7 de dezembro de 2020, para votar nas eleições presidenciais e legislativas (© Ofoe Amegavie/AP Images)

Transições pacíficas de poder são vitais para as democracias, disse Blinken. Ele elogiou os líderes africanos, incluindo os presidentes de Gana e Nigéria, agora em seus segundos mandatos, que apoiam a proibição de terceiros mandatos presidenciais.

Superando a Covid-19, expandindo oportunidades

A pandemia da Covid-19 levou mais de 55 milhões de africanos à pobreza. A guerra do presidente russo, Vladimir Putin, contra a Ucrânia está piorando a escassez de alimentos em muitas nações africanas.

Os Estados Unidos e parceiros internacionais já forneceram até agora quase 174 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19* para 44 países da África. E este ano, os Estados Unidos forneceram US$ 6,6 bilhões em assistência humanitária e alimentar aos países africanos.

As parcerias dos EUA com nações africanas também estão construindo sistemas de saúde e capacitando profissionais de saúde a fim de melhor resistir a futuras crises e apoiar o desenvolvimento sustentável. A iniciativa Alimentar o Futuro, que trabalha para desenvolver a agricultura, investirá US$ 11 bilhões em cinco anos em 20 países, disse Blinken, incluindo 16 países da África.

“HÁ MUITO MAIS PARA AS NAÇÕES AFRICANAS E OS ESTADOS UNIDOS FAZEREM JUNTOS.”

~ SECRETÁRIO DE ESTADO ANTONY BLINKEN

Expandindo a energia limpa, combatendo a crise climática

A África está sofrendo os efeitos da crise climática, incluindo fortes tempestades e inundações. No entanto, a África Subsaariana contribuiu com apenas 3% das emissões globais que impulsionam as mudanças climáticas.

Os Estados Unidos estão trabalhando para corrigir esse desequilíbrio, disse Blinken, apoiando um maior acesso à energia limpa e tornando os países mais vulneráveis mais resilientes. Os Estados Unidos e parceiros em Gana estão construindo a primeira usina híbrida solar-hídrica da África Ocidental que melhorará a confiabilidade, reduzirá custos e reduzirá as emissões. Os investimentos em energia verde no Quênia ajudaram a criar mais de 40 mil empregos, afirmou Blinken.

Construir parcerias para melhor lidar com os desafios de hoje ajudará a enfrentar os obstáculos que ainda estão por vir, disse Blinken. “Há muito mais para as nações africanas e os Estados Unidos fazerem juntos em tantos campos, incluindo alguns que talvez nem tenhamos descoberto ainda. Como parceiros, cabe-nos construir esse horizonte.