Os pesquisadores estão se voltando para a internet — e para a tecnologia de crowdsourcing (uso de conhecimento coletivo para criar soluções) — para aprender o comportamento de milhares de belugas (baleias-brancas) que migram para a Baía de Hudson, no Canadá, todos os anos.
A pesquisa é auxiliada por uma webcam subaquática* criada pela Ursos Polares Internacional*, com sede em Montana, e pelo Explore.org, projeto da Fundação Annenberg na Califórnia.
As baleias-brancas, que se parecem com enormes golfinhos, afocinham e brincam com a câmera, que está fixada em um barco. As baleias sentem as lentes com seus dentes e fazem bolhas nela.
Às vezes as baleias nadam de barriga para cima para ver melhor a câmera. É isso que Stephen Petersen, chefe de Conservação e Pesquisa do Zoológico Parque Assiniboine de Winnipeg, e sua esposa, a bióloga Meg Hainstock, estão procurando. Somente quando as baleias viram de barriga para cima é que os pesquisadores podem determinar seu sexo. Eles precisam dessa informação para estudar a estrutura social e o comportamento dos animais.
Os espectadores da webcam no mundo todo também estão ajudando.
Os criadores da webcam incluíram um recurso de “snapshot” que permite aos espectadores tirar fotos estáticas da filmagem. Petersen e Hainstock esperam que o resultado seja um tesouro de fotografias de baleias individuais que os ajudará a catalogar a população enquanto tentam responder perguntas sobre o comportamento dos animais.
Por exemplo, por que determinadas baleias de mesma idade e sexo costumam se reunir em determinados horários ou locais? Qual a função dos estuários da Baía de Hudson para esses animais?
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0h08 – 23 de agosto de 2016
“Até onde eu sei, não existe nenhum outro estudo da beluga debaixo d’água nessa escala”, disse Petersen. “Muitas das coisas que foram feitas antes é de observadores em cima da água. Isso não nos dá uma ideia muito boa — as belugas não passam muito tempo em cima d’água.”
Os espectadores são instruídos a identificar machos e fêmeas e depois são solicitados a tirar fotos quando as baleias se viram e seu sexo fica à mostra para a câmera. As fotografias são marcadas com macho ou fêmea e transferidas para um banco de dados que ajudará a identificar baleias individuais e suas localizações.
Os operadores ligaram as câmeras em 15 de julho e desde então têm conseguido em média cerca de 2.500 espectadores por dia, segundo o porta-voz do projeto Explore.org, Mike Gasbara.
Compreender os hábitos das baleias belugas é importante porque seu ecossistema em breve poderá ser alterado pelos efeitos das mudanças climáticas, disse Gasbara. A menor quantidade de gelo no Ártico poderá representar ameaças para a beluga na forma de orcas e aumento do tráfego de barcos e da poluição, disse ele.
O projeto Explore.org e a Ursos Polares Internacional utilizaram tecnologia similar de crowdsourcing para monitorar a migração anual de ursos polares na Baía de Hudson. Os pesquisadores esperam que anos de espectadores tirando fotos proporcionarão a eles imagens que podem ajudar a avaliar a saúde e as taxas de reprodução dos ursos.
* site em inglês