
Pesquisadores do Instituto de Biocomplexidade da Universidade da Virgínia ganharam da Fundação Nacional de Ciência, do governo dos EUA, uma subvenção de informática de cinco anos no valor de US$ 10 milhões. O objetivo é mapear casos do novo coronavírus e prever como as comunidades serão afetadas.
Os pesquisadores do instituto desenvolvem tecnologias para ajudar autoridades a gerenciar crises de saúde pública. Quem lidera o novo projeto é Madhav Marathe, diretor de divisão do instituto e professor de Ciências da Computação.
Nos termos da subvenção, cientistas e epidemiologistas do instituto liderarão equipes de várias outras instituições usando ferramentas de computação de grandes volumes de dados (big data). Esses dados permitem que os especialistas vejam como o comportamento humano afeta a propagação da doença.
Construindo simulações para prever necessidades
Com o intuito de estudar cidades e até mesmo países, pesquisadores da Universidade da Virgínia primeiro criam um “gêmeo” digital de um lugar, semelhante ao cenário usado por gamers do popular videogame SimCity. Mas as criações dos cientistas da Computação refletem com precisão a infraestrutura específica de cada área, a demografia e os centros de moradia, compras e trabalho.

De acordo com Marathe, as simulações podem capturar “como a doença pode se espalhar (…) a partir de algumas infecções” e oferecer vários resultados com base em comportamentos diferentes, como o distanciamento social.
Combatendo a Covid-19
Marathe e seus colegas já previram o número provável de casos de Covid-19 para cada município dos Estados Unidos. Eles continuarão atualizando suas previsões a fim de listar a necessidade de recursos, como respiradores e leitos de unidades de terapia intensiva (UTI).
A pedido de agências federais dos EUA, o instituto também está realizando cálculos para Itália, Alemanha, França e Polônia visando obter um melhor entendimento da dinâmica da Covid-19.
A subvenção permitirá que esses pesquisadores colaborem com especialistas na Universidade de Princeton a fim de entender as lições aprendidas em Wuhan e Nova York. Os pesquisadores também trabalharão com professores da Universidade de Maryland para investigar a melhor forma de compartilhar recursos — como respiradores — e onde localizar novos hospitais de campanha.
Os pesquisadores usarão um aplicativo de crowdsourcing (informações da comunidade) juntamente com a Universidade de Stanford para coletar informações sobre medidas de distanciamento social dos países a fim de melhor demonstrar o crescimento da Covid-19 ou a redução de infecções causadas pela doença.
A subvenção concede aos pesquisadores da Universidade da Virgínia um papel de liderança ao colaborarem com seus colegas da Universidade Estadual do Arizona; do Centro de Dinâmica, Economia e Política de Doenças da Universidade de Indiana; da Universidade de Indiana; do Laboratório Nacional Lawrence Livermore; do Instituto de Tecnologia de Massachusetts; do Laboratório Nacional de Oak Ridge; da Universidade de Princeton; Universidade de Stanford; da Universidade Estadual de Nova York em Albany; da Universidade de Maryland; da Universidade de Tecnologia da Virgínia e da Universidade de Yale.