O ganhador do Prêmio Nobel Michael Kosterlitz em frente a um quadro branco (© AP Images)
Michael Kosterlitz, vencedor do Prêmio Nobel 2016 de Física, diz que ser jovem e inexperiente o ajudou a pensar de forma criativa (© AP Images)

O ganhador do Prêmio Nobel Michael Kosterlitz diz que era “jovem e estúpido” quando fez a descoberta que rendeu a ele e a outros dois cientistas o prestigiado prêmio de Física.

Na década de 1970, tanto Kosterlitz quanto David Thouless mostraram que, contrário às expectativas, materiais bidimensionais poderiam conduzir eletricidade sem nenhuma perda de resistência. Essa propriedade é chamada de supercondutividade.

Podemos não pensar muito sobre isso, mas a maioria de nós está familiarizada com o mundo tridimensional: podemos nos mover para a esquerda ou para a direita, para cima ou para baixo, para frente ou para trás. Mas o que aconteceria com a matéria em um mundo bidimensional?

De acordo com a sabedoria popular, provavelmente nada muito interessante. Mas Kosterlitz da Universidade Brown (em Rhode Island), Thouless, da Universidade de Washington e Duncan Haldane, da Universidade de Princeton (em Nova Jersey) provaram que todos estavam errados. Eles descobriram e explicaram as estranhas propriedades de materiais exóticos — de tão finos são considerados unidimensionais ou bidimensionais.

Seu trabalho vai exercer um grande impacto sobre os materiais nas futuras gerações de eletrônicos e computadores quânticos.

É por isso que a Real Academia Sueca de Ciências concedeu aos três cientistas o Prêmio Nobel de Física de 2016*.

Kosterlitz, em seus 20 anos na época, disse que a sua “completa ignorância” constituía uma vantagem ao desafiar os conhecimentos científicos consolidados. “Eu não tinha nenhuma ideia preconcebida”, disse ele. “Eu era jovem e estúpido o suficiente para prosseguir.”

Haldane concordou. “Você tropeça em algo e tem a sorte de reconhecer que o que encontrou é algo muito interessante.”

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