A pesca é um meio de subsistência para mais de 1,6 milhão de pescadores filipinos e suas famílias, e essa atividade é um elemento essencial da dieta filipina, além de ser um propulsor da economia do país.
Mas esse modo de vida enfrenta as seguintes ameaças: a pesca excessiva, práticas de pesca destrutiva e ilegal, como a dinamitação, e a perda de recifes de corais, manguezais e outros hábitats.
Uma subvenção da Usaid de US$ 25 milhões, por um período de cinco anos, visa neutralizar essas ameaças e beneficiar até dois milhões de filipinos em 39 municípios costeiros no grupo das Ilhas Calamianas, no sul de Negros e no Mar de Visayas.
A Usaid há muito tempo firmou parceria com agências ambientais e organizações não governamentais das Filipinas a fim de ajudar os pescadores do país a lidar com esses desafios. Este último esforço exemplifica o que a assistência dos EUA nos mercados emergentes sempre busca realizar: criar empregos e expandir as economias locais sem sobrecarregá-las com dívidas.
As Filipinas são um arquipélago de mais de 7.600 ilhas com uma das mais ricas e diversificadas concentrações de vida marinha do mundo. Mas essa abundância não é infinita.
Mesmo com 1.800 áreas marinhas protegidas, pequenas comunidades pesqueiras travam uma luta constante a fim de protegerem suas águas tanto das ameaças naturais quanto dos arrastões comerciais de barcos pesqueiros com redes que retiram grandes quantidades de peixes do mar.
As Filipinas registraram quase 250 mil embarcações de pesca em âmbito municipal em 2017. Mais de um terço delas usa velas ou remos, não motores. A frota comercial offshore de 3.500 barcos é muito menor, mas captura o mesmo número de peixes.

O projeto
O programa Fish Right (Pesque Corretamente) é gerenciado pelo Centro de Recursos Costeiros da Universidade de Rhode Island, que administra projetos da Usaid relacionados a santuários em todo o mundo.
O objetivo é reconstruir a “biomassa” de peixes — sejam peixes maiores ou uma quantidade maior de peixe — em torno de 10% e ajudar o povo da pesca a escapar da pobreza.
O programa procura explicitamente “garantir que as mulheres e outros grupos marginalizados se beneficiem e participem como iguais” a fim de tornar as pequenas comunidades pesqueiras mais resilientes.
Atualmente, quando as colheitas estão em baixa, “as mulheres nas famílias de pescadores carregam o fardo de diversificar a renda da família, recolhendo e realizando trabalhos pontuais”, diz o Centro de Recursos Costeiros.
Glenn Ricci, gerente de projeto, diz que as apostas são claras: “Como você administra e colhe peixes de forma sustentável para que haja muito hoje, mas ainda mais amanhã?”