
Quando o então presidente Franklin D. Roosevelt nomeou Frances Perkins como secretária do Trabalho, ela se tornou a primeira mulher a ocupar um cargo de Gabinete no governo de um presidente dos Estados Unidos. Ela acabaria cumprindo o mandato mais longo de qualquer secretária do Trabalho até hoje.
Na época, em 1933, as mulheres já detinham o direito ao voto por mais de uma década e estavam ganhando espaço na política americana — 31 mulheres haviam servido no Senado e na Câmara dos EUA*.
De sua parte, Frances ajudou Franklin Roosevelt a criar um New Deal (Novo Acordo) focado nos trabalhadores. Ela incorporou proteção a sindicatos, ajuda a agricultores e segurança para meios de subsistência de idosos nos programas do Novo Acordo. Ela foi, em suas palavras*, “profundamente tocada pelos problemas da pobreza, pelas tristezas do mundo, pelos indivíduos negligenciados, pelos grupos negligenciados”.
Desde o mandato de Frances, houve mais seis secretárias do Trabalho. Recentemente, o presidente Biden indicou a sétima, Julie Su, que atualmente é vice-secretária. (As mulheres representam mais da metade do Gabinete de Biden.)
Uma vida de serviço

Frances nasceu em Boston em 1880, filha de pais de classe média. Seu pai, Frederick Perkins, mudou-se com a família para Worcester, Massachusetts, quando ela era criança. Ele era coproprietário de uma loja de materiais de escritório naquela cidade.
Frances se destacou na escola quando criança e, seguindo os passos de sua mãe, ingressou na Faculdade Mount Holyoke, instituição do ensino superior para mulheres em seu estado natal. Hoje, a bolsa de estudos Frances Perkins* ajuda mulheres mais idosas do que o perfil típico de estudante universitária a se formar.
Depois de se formar em Mount Holyoke, Frances fez mestrado em Economia e Sociologia na Universidade de Colúmbia, em Nova York.
Frances liderou uma liga de consumidores em Nova York na época do infame incêndio na fábrica de roupas Triangle Shirtwaist em 1911, que matou 146 trabalhadores e despertou seu próprio interesse em tornar os locais de trabalho mais seguros.
Seguindo o conselho de Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos e governador do estado de Nova York, Frances aceitou o cargo de secretária executiva da cidade de Nova York para o Comitê de Segurança em 1912. Nessa função, ela foi fundamental para redigir e aprovar legislação em Nova York que tornou as fábricas mais seguras, criou um salário mínimo e limitou a jornada de trabalho.
Anos depois, ela disse que a legislação era uma forma de pagar a dívida da sociedade* com os jovens que morreram no incêndio da fábrica Triangle Shirtwaist.
Trabalhando com Franklin Delano Roosevelt
Quando Franklin Roosevelt se tornou presidente, ele tomou conhecimento do trabalho de Frances em Nova York e a nomeou secretária do Trabalho dos EUA.

Como parte de seu Novo Acordo* — programas e leis para ajudar os americanos a se recuperarem da Grande Depressão — Franklin Roosevelt encarregou Frances de estimular o aumento do emprego e melhorar as condições de vida dos trabalhadores.
E ela o fez. Frances foi uma dos principais arquitetos dos atos de Segurança Social e Normas Justas de Trabalho, que padronizaram os benefícios de desemprego, restringiram o trabalho infantil, estabeleceram o primeiro salário mínimo nacional e criaram programas de bem-estar para pobres e pensões para aposentados.

Depois que Franklin Roosevelt morreu em 1945, Frances deixou seu cargo no Departamento do Trabalho e trabalhou na Comissão do Serviço Civil visando eliminar a discriminação nas contratações federais.
Frances explicou sua missão dizendo: “As pessoas são o que importa para o governo, e um governo deve ter como objetivo dar a todas as pessoas sob sua jurisdição a melhor vida possível.”
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