“Encontre a maior plataforma possível e acrescente sua voz”, disse Grace Jerry quando pediram a ela conselhos sobre como realizar mudanças.
Grace, cantora gospel nigeriana, tem uma voz potente. E quando apresentou o presidente Obama em uma reunião de 500 jovens líderes africanos, ela demonstrou esse talento plenamente.
A jornada que levou Grace a Washington começou com uma tragédia pessoal há 13 anos, quando perdeu a mobilidade das pernas em um acidente de carro e aprendeu como as pessoas com deficiência podem ser marginalizadas.
Antes do acidente ela cantava no coral da igreja, mas por um tempo após o acidente, ela estava deprimida e perdeu interesse no canto. Ao se recuperar, ela levou a sério a ideia de voltar a cantar e decidiu usar a voz para defender outras pessoas com deficiência. “Eu quero mudar a percepção existente sobre as pessoas com deficiência como pessoas que precisam de cuidado para serem vistas como seres humanos com direitos”, disse Grace.

No ano passado, ela se inscreveu e foi escolhida para participar na Bolsa de Estudos Mandela Washington da Iniciativa Jovens Líderes Africanos*, que leva 500 pessoas da África Subsaariana aos Estados Unidos para conhecer outros que também lutam por mudanças.
“Eu me conectei com um colega da Etiópia que por acaso era sobrevivente da pólio e ele é muito ativo em pesquisa e dados sobre os desafios que as pessoas com deficiência enfrentam na Etiópia”, disse Grace. “Conheci um rapaz com deficiência de Serra Leoa que trabalha como advogado de direitos humanos.” Os três agora estão trabalhando juntos para “criar uma África mais inclusiva”.
O canto da Grace atrai atenção a qualquer questão que ela trombetear. Seu tributo à Yali chamado “E Go Happen” (“Vai acontecer”, em inglês pídgin da Nigéria) recebeu 100 mil visualizações nas primeiras 24 horas on-line. Provavelmente o tributo chegou aos ouvidos de alguém na Casa Branca que a escolheu para apresentar Obama quando ele se dirigiu aos bolsistas do programa Mandela Washington.
Ao apresentar o presidente, Grace disse que durante a sua visita aos Estados Unidos, graças à Lei dos Americanos com Deficiência ela vivenciou “o que a inclusão e o acesso deveriam ser. E estou voltando à África para garantir que este sonho se torne realidade.”
Quando o presidente foi à tribuna, disse: “Seguir a Grace é um pouco como seguir a Michelle”, referindo-se à sua esposa. “E pensa: ‘eu não vou ser tão bom assim.’”
* site em inglês