
Você já ouviu falar do Vale do Silício, o centro tecnológico da Califórnia, mas e quanto a Savannah de Silício? É o apelido que muitos usam para o Quênia, cuja economia crescerá 6,5%* em 2015, graças em grande parte ao seu setor de informação, comunicações e tecnologia (ICT).
Duas coisas diferenciaram o boom tecnológico de centros semelhantes em outras partes do mundo. Em primeiro lugar, os quenianos estão usando tecnologia para resolver problemas locais. M-Farm é um bom exemplo. É um aplicativo que fornece informação atual aos agricultores quenianos para que eles possam conseguir os melhores preços por seus hortifrutigranjeiros. Em segundo lugar, os quenianos estão desenhando produtos inicialmente para telefones celulares. É por isso que 99% dos assinantes de internet do Quênia, cerca de 16 milhões de pessoas, acessam a internet através de seus telefones celulares*. Os quenianos não começaram a usar a internet no computador do mesmo jeito que os americanos começaram.
O que está impulsionando o rápido crescimento de start-ups de ICT no Quênia? Espaços inovadores.
Um lugar para cultivar ideias
Antes de achar estranho “espaço inovador” como jargão, leia isto. Mesmo com as empresas prosperando nesta era digital, o espaço físico é importante. No Quênia, a inovação acontece em espaços inovadores, sejam escritórios compartilhados, aceleradores ou incubadoras.
Espaços de trabalho compartilhados, como a Nairobi Garage**, fornecem a start-ups espaço em escritório flexível e recebem mais do que uma empresa. O ambiente compartilhado quase sempre conduz a colaborações inesperadas.

Os aceleradores, por outro lado, oferecem programas de tempo definido durante o qual um empresário trabalha com mentores para construir uma start-up à medida em que se torna um empreendimento mais robusto. Nailab**, por exemplo, é uma aceleradora que trabalha com empresários por um período de três a seis meses.
Como sugere o nome, as incubadoras do Quênia têm como foco o desenvolvimento de novas ideias. Eles fornecem conselho, mentoreamento e espaço em escritório em troca de participação na empresa resultante. IHub** é a incubadora sueca mais bem conhecida e foi chamada de a empresa mais inovadora da África** em 2014 pela revista Fast Company.
Os espaços inovadores do Quênia são aclamados. A UBI Global**, organização sueca que analisa incubadoras ao redor do mundo, colocou três do Quênia entre as cinco mais promissoras incubadoras de empresas universitárias na África**. (As outras duas estão no Egito e em Marrocos.)

O sucesso desses espaços inovadores não está perdido em empresas multinacionais. Duas gigantes em tecnologia estabeleceram laboratórios de inovação no Quênia: o Centro de Pesquisa da Nokia** e a rede global de pesquisa IBM Research-Africa**.
Investindo na inovação
Vários fatores contribuem para essa onda tecnológica no Quênia. Em 2007, uma empresa de telefonia queniana lançou uma plataforma chamada M-Pesa, permitindo que as pessoas pagassem por bens e serviços usando seus telefones celulares. Em um país onde poucos cidadãos tinham cartões de crédito ou acesso a bancos, M-Pesa revolucionou as finanças. Hoje, dentre os quenianos adultos, 74% usam dinheiro móvel*, que facilita para as start-ups de ICT aceitarem pagamentos dos consumidores.
Um segundo fator contribuinte surgiu em 2009 quando o governo queniano ajudou a implantar a internet de fibra ótica. Os cabos permitiram que o país ultrapassasse a tecnologia de satélite existente e proporcionou aos cidadãos acesso barato à internet, seja em computadores ou telefones celulares. (Além disso, mesmo enquanto a tecnologia floresce, o governo queniano continua a atualizar sua infraestrutura tradicional existente.)

A Savannah de Silício atrai capitalistas de risco internacionais, organizações sem fins lucrativos e agências de ajuda estrangeira. De 25 a 26 de julho, eles estarão lá para participar da sexta Cúpula de Empreendedorismo Global, evento anual. É a primeira vez que a cúpula será realizada na África Subsaariana, mais um sinal da forte economia queniana. Para saber mais sobre a cúpula, visite o site de 2015**. Para mais informações e recursos para empreendedores iniciantes, conheça a coletânea de artigos do ShareAmerica***.
* PDF em inglês
** site em inglês
*** site em inglês com artigos traduzidos para o português