Sarah Parcak se autodenomina “arqueóloga espacial”, enquanto outros a comparam com Indiana Jones, arqueólogo fictício representado em filme pelo ator Harrison Ford.

Independente de como a descrevem, esta egiptóloga da Universidade do Alabama em Birmingham está usando um prêmio de US$ 1 milhão para ajudar a próxima geração de exploradores a encontrar cidades perdidas com a ajuda de satélites e um aplicativo de telefone celular.

Close de Sarah Parcak (Jol Ito/Creative Commons)
Sarah Parcak, arqueóloga espacial (Jol Ito/Creative Commons)

Desde que concluiu o doutorado em 2005, Sarah descobriu sítios ao redor do mundo com impressionante precisão usando imagens da Nasa e de satélites comerciais. No Egito, por exemplo, ela ajudou a encontrar mais de 3.100 assentamentos arqueológicos, milhares de túmulos e — veja só — 17 pirâmides não descobertas.

Agora esta pioneira no jovem campo de arqueologia por satélite está tentando atrair mais pessoas interessadas. Com o prêmio de US$ 1 milhão do TED, fórum de inovação sem fins lucrativos, ela está desenvolvendo um aplicativo para encontrar cidades perdidas através de crowdsourcing (uso de conhecimentos coletivos para criar soluções).

Eis como o aplicativo funcionará: as pessoas usarão seus telefones celulares para escanear imagens de satélite em busca de indícios de assentamentos humanos: formas retangulares e mudanças na vegetação. Quando as pessoas encontram um sítio que parece promissor para a equipe de Sarah, ela envia arqueólogos ao local somente se os arqueólogos prometerem “transportar” os usuários do aplicativo ao local através de vídeo com a ajuda de plataformas virtuais como Skype, Snapchat ou Periscope. O aplicativo deve ser lançado até o final de 2016.

Sarah e sua equipe usaram imagens de satélite para encontrar um possível antigo assentamento viking no Canadá, a centenas de quilômetros do único sítio viking confirmado na América do Norte. Construído 500 anos antes das jornadas de Cristóvão Colombo, este novo sítio poderia reescrever a história.

“Todos sempre pensam que a descoberta de novos sítios arqueológicos é um processo lento e infrutífero”, afirmou Sarah, que é originalmente de Bangor, no Maine. Mas quando qualquer pessoa pode encontrar um túmulo desconhecido, “é uma época estimulante para ser arqueólogo”.

Confira você mesmo. Olhe para as fotos antes e depois de Sarah processar a imagem, aplicando um filtro para ver a luz infravermelha de onda curta, normalmente invisível aos humanos.

O que você vê nesta imagem de satélite?

Imagem de satélite fora de foco mostra pontos roxos e linhas verdes (Cortesia: Sarah Parcak)
(Foto: cortesia)

A cidade egípcia de Tanis, após o processamento da imagem

Imagem de satélite de retângulos pontilhando a paisagem (Cortesia: Sarah Parcak)
A arqueóloga Sarah Parcak encontrou uma antiga planta da cidade de Tanis, no Egito, através do processamento de imagens de satélite (Foto: cortesia)