Para a população indígena da tribo akwesasne mohawk que vive ao longo da fronteira entre o Canadá e o estado de Nova York, as árvores denominadas freixos negros são mais do que simplesmente bonitas. Os membros mais velhos da tribo ensinam à geração mais jovem como preparar a madeira forte, porém, flexível para cestaria. As cestas ornamentadas são usadas para a caça e a captura de animais, bem como representam os vínculos comunitários e a expressão artística.

Mas os freixos negros estão desaparecendo rapidamente, ameaçando essa tradição tribal.

A exploração predatória e a poluição têm dizimado as florestas. E uma invasão iminente de uma espécie de besouros asiáticos poderia destruir completamente as plantações de freixo. O besouro broca cinza-esmeralda — de um verde radiante como seu nome indica — viaja somente 4 quilômetros por dia, mas o comércio de madeira infestada tem disseminado o inseto como um incêndio fora do controle.

A larva do besouro que nasce na casca impede o fluxo de nutrientes e de água nas árvores. Essa espécie invasora destruiu mais de 50 milhões de freixos nos EUA e um número aproximado de 7 bilhões de árvores adicionais se encontra sob ameaça.

Assumindo o controle das árvores

Marcas deixadas pela larva do besouro broca cinza-esmeralda em um freixo (© AP Images)

Programas nos âmbitos estaduais e federais estão ajudando a restaurar áreas danificadas pelo besouro, e especialistas estão trabalhando para aprender mais sobre os hábitos e os predadores do besouro. Mas a comunidade akwesasne montou a sua própria estratégia.

Temendo um futuro em que os freixos negros não mais existissem, a tribo criou uma força-tarefa ambiental a fim de monitorar e proteger as árvores existentes. Os membros da comunidade andam pelas florestas, injetando árvores maduras com um produto químico semelhante a um detergente de louças, que é seguro para os humanos mas desagradável para os besouros. Eles também estão coletando sementes de árvores maduras para criar um estoque que permitirá plantar mais árvores.

“Essas coisas são uma dádiva”, afirma Aronhiaies Herne (site em inglês), diretora da Escola Akwesasne Freedom, lugar onde se relembra às crianças o valor de sua terra. “Se você não for grato por essas coisas, um dia nós não as teremos mais.”

Preservar os recursos locais — como alimentos, florestas e água — é um desafio global. Porém, soluções de pequena escala são vitais para proteger o nosso meio ambiente. Aprenda sobre outras táticas eficazes e que podem ser reproduzidas facilmente (site em inglês) que as comunidades de índios americanos estão usando nas terras em que vivem.