Refugiados famosos (e não tão famosos) fazem a diferença

Os refugiados quase sempre enfrentam desafios ao serem reassentados em um novo país, mas a maioria é capaz de superar esses obstáculos. Eis aqui alguns exemplos notáveis de refugiados famosos (e não tão famosos) que recomeçaram a vida nos Estados Unidos, seguiram adiante em busca de sucesso e fizeram a diferença em suas comunidades locais e além delas.

(© AP Images)

Albert Einstein

Uma das mentes científicas mais importantes do mundo, Einstein conquistou prestígio e fama por suas descobertas, inclusive a teoria da relatividade. Em 1921, ganhou o Prêmio Nobel de Física. Na década de 1930, quando os nazistas assumiram o poder em seu país de origem, a Alemanha, Einstein se defendeu do antissemitismo e da perseguição se refugiando nos Estados Unidos, onde assumiu um cargo de professor na Universidade de Princeton. Einstein intercedeu energicamente a favor dos judeu-alemães e permaneceu nos Estados Unidos até a sua morte em 1955.

(© AP Images)

Loung Ung

Em 1975, quando Loung tinha 5 anos de idade, o Khmer Vermelho derrubou o governo cambojano e Loung e sua família foram obrigados a abandonar sua casa na capital, Phnom Penh. Loung foi treinada pelo Khmer Vermelho para ser criança-soldado, mas conseguiu fugir do Camboja com alguns familiares para um campo de refugiados na Tailândia. Mais tarde, Loung foi encaminhada para os Estados Unidos e depois da faculdade se tornou escritora e ativista em defesa dos direitos humanos no Camboja. Loung é também porta-voz dos Estados Unidos na Campanha para um Mundo Livre de Minas Terrestres.

(Cortesia: David Morse, www.david-morse.com)

Gabriel Bol Deng (no centro), Garang Mayuol (à direita) e Koor Garang (à esquerda)

Em 1987, quando ainda eram pequenos, Deng, Mayuol e Garang foram forçados a abandonar suas casas no sul do Sudão durante a Segunda Guerra Civil Sudanesa (1983-2005). Como integrantes dos “Meninos Perdidos” — os mais de 27 mil meninos do sul do Sudão que ficaram desabrigados —, os três procuraram abrigo em um campo de refugiados da Etiópia. De lá foram para um acampamento no Quênia e em 2001 chegaram aos Estados Unidos. Individualmente, os três levantaram dinheiro para ajudar a levar melhores condições de saúde e educação aos vilarejos do sul do Sudão. Em 2007 eles voltaram ao sul do Sudão para participar do documentário Rebuilding Hope [Reconstruindo a Esperança].

(© AP Images)

Gloria Estefan

Ainda muito pequena, Gloria Estefan e sua família deixaram Cuba logo após a Revolução Cubana e se refugiaram em Miami. Estefan se tornou cantora de sucesso, com mais de 100 milhões de discos vendidos no mundo todo. Ganhou cinco prêmios Grammy e é reconhecida como a “rainha do pop latino”.

(© AP Images)

Wyclef Jean

Aos 9 anos de idade, Wyclef Jean e sua família deixaram o Haiti e foram para os Estados Unidos, estabelecendo-se em Nova Jersey. Jean foi integrante do Fugees (derivação da palavra refugees – refugiados), um grupo de hip-hop popular aclamado pela crítica. Desde então Jean tem uma carreira musical solo de sucesso e defende o desenvolvimento do Haiti. Jean se apresentou na cerimônia de encerramento da Copa do Mundo da Fifa 2014 no Brasil.

(Cortesia: Jeep Hunter, The Charlotte Observer)

Roberto Suarez

Aos 33 anos de idade, Suarez deixou Cuba, seu país de origem, após Fidel Castro tomar o poder, e foi para os Estados Unidos. Trabalhou no setor de correspondência do jornal The Miami Herald, ganhando salário mínimo. Ele subiu na carreira para finalmente tornar-se presidente do The Miami Herald e depois fundar o jornal de língua espanhola El Nuevo Herald. Suarez foi voz ativa na comunidade hispânica do sul da Flórida, bem como na área de jornalismo.

(© AP Images)

Anh “Joseph” Cao

Cao nasceu no Vietnã em 1967. Seu pai era oficial do Exército do Vietnã do Sul e foi preso pelo Vietnã do Norte. Em 1975, Cao e dois de seus irmãos fugiram para os Estados Unidos e se estabeleceram em Nova Orleans. Após a faculdade, Cao se tornou defensor de refugiados e finalmente obteve o título de doutor em Direito. Em 2008, foi o primeiro vietnamita-americano a ser eleito para o Congresso dos EUA, representando o estado de Lousiana.

(© AP Images)

Madeleine Korbel Albright

Nascida na hoje República Tcheca, Madeleine Albright e sua família fugiram para os Estados Unidos em 1948 quando os comunistas assumiram o governo. A família se estabeleceu em Denver, Colorado. Albright entrou para a Faculdade de Wellesley e começou a participar da política. Em 1997, foi a primeira secretária de Estado e a mulher no posto mais alto do governo dos EUA na ocasião. O presidente Obama concedeu à Madeleine Albright a Medalha Presidencial da Liberdade em 2012.

(Cortesia: The Miami Herald, 2010)

Ivonne Cuesta

Em 1980, aos 7 anos de idade, Ivonne Cuesta e sua família fizeram parte do Êxodo de Mariel, quando 125 mil pessoas fugiram de Cuba para Miami. Ivonne tornou-se defensora pública assistente no condado de Miami-Dade e é juíza do Tribunal do condado de Miami-Dade, na Flórida. 

(Cortesia: emeagwali.com)

Philip Emeagwali

Emeagwali, criado na Nigéria, é membro do grupo étnico dos ibos. Em 1966, eclodiu a Guerra Civil de Biafra entre o governo central nigeriano e os ibos no sul. Durante a guerra, Emeagwali permaneceu três anos em um campo de refugiados. Em 1974 veio para os Estados Unidos e mais tarde se formou em Matemática, Engenharia Civil, Costeira e Marinha e também em Ciência da Computação. Os avanços de Emeagwali em Engenharia da Computação renderam-lhe o conceituado Prêmio Gordon Bell em Ciência da Computação, em 1989. 

(© AP Images)

Li Lu

Um dos principais dissidentes estudantis das manifestações na Praça Tiananmen em 1989, Li foi perseguido por toda a China por seu papel nos protestos. Ele fugiu para Hong Kong e seguiu para os Estados Unidos, primeiro passando pela França. Ao chegar nos EUA, ele se matriculou na Universidade Colúmbia em Nova York. Em 1996, Li se tornou a primeira pessoa na história da universidade a se graduar em três diferentes cursos em um único dia, tendo recebido, simultaneamente, os diplomas de graduação, Direito e Administração. Li tornou-se um banqueiro de investimentos bem-sucedido e continua a lutar pelos direitos humanos na China.

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Confira esta edição da revista eJournal USA: Refugiados começam vida nova nos Estados Unidos.