
Em setembro, um tribunal na Birmânia (atual Mianmar) condenou um repórter de televisão a três anos de prisão e trabalho forçado. Em outubro, quatro jornalistas da agência de notícias BelaPAN, agora banida, de Belarus, receberam longas penas de prisão, uma delas de 14 anos. E autoridades russas recentemente detiveram 18 jornalistas que faziam a cobertura, ao longo de duas noites, de protestos contra a guerra contra a Ucrânia perpetrada pelo presidente Vladimir Putin.
Governos autoritários “estão determinados a controlar e gerenciar informações, e estão cada vez mais insolentes em seus esforços para fazê-lo”, disse o diretor-executivo do Comitê para a Proteção dos Jornalistas, Joel Simon, em dezembro de 2021, observando um número crescente de jornalistas atrás das grades. “Prender jornalistas por reportarem notícias é a marca de um regime autoritário.”
Até agora, em 2022, 216 jornalistas e trabalhadores da mídia* foram presos, segundo grupos de direitos humanos. Isso se dá após a prisão de 294 jornalistas em 2021, o sexto recorde consecutivo. A organização Repórteres Sem Fronteiras lista Belarus, Birmânia, China, Irã, Rússia e Síria entre os piores infratores por prenderem jornalistas em 2022.
Hoje, pelo menos 526 jornalistas permanecem atrás das grades.
As Nações Unidas marcam 2 de novembro como o Dia Internacional para Acabar com a Impunidade de Crimes Contra Jornalistas* — um dia para se solidarizar com os trabalhadores da mídia, combater crimes e ameaças de violência contra eles, e proteger a liberdade de expressão.
Htet Htet Khine, a reporter and presenter for the BBC’s Media Action program, was sentenced to three more years in prison with hard labor by Myanmar’s military junta court, with the sentence to be served in Yangon’s notorious Insein Prison. pic.twitter.com/IJERndGs33
— Radio Free Asia (@RadioFreeAsia) September 28, 2022
Tuíte:
Htet Htet Khine, repórter e apresentadora do programa Media Action da BBC, foi condenada a mais três anos de prisão com trabalho forçado pelo tribunal da junta militar de Mianmar, com a sentença a ser cumprida na notória prisão de Insein, em Yangon. @RadioFreeAsia [Rádio Ásia Livre]
Jornalistas recentemente condenados à prisão ou detidos por suas reportagens:
Htet Htet Khine foi condenada na Birmânia a três anos de prisão com trabalho forçado**. Seu advogado chamou o caso contra a freelance e ex-jornalista da BBC politicamente motivado e “arquivado sem nenhuma prova”.
Autoridades do regime militar da Birmânia prenderam Htet em agosto de 2021, seis meses depois de tomar o poder em um golpe de fevereiro de 2021 que provocou protestos generalizados. Htet está entre os mais de 120 jornalistas presos na Birmânia no ano seguinte ao golpe.
Os jornalistas da agência de notícias BelaPAN receberam penas de prisão de vários anos** em 6 de outubro. As sentenças proferidas a Andrey Alyaksandrau, Iryna Zlobina, Dzmitry Navazhylau e Iryna Leushyna dão continuidade à repressão em grande escala do regime de Lukashenko contra ativistas pró-democracia, a mídia independente e bielorrussos comuns que começaram a se manifestar após os protestos em massa em todo o país contra a eleição presidencial fraudulenta em 9 de agosto de 2020.
Dezoito jornalistas que faziam a cobertura de protestos na Rússia foram detidos de 21 a 22 de setembro***, enquanto autoridades reprimiam manifestações contra a anunciada mobilização parcial de Putin a fim de perpetuar sua guerra contra a Ucrânia. Desde que Putin chegou ao poder, o Kremlin prendeu centenas de jornalistas, incluindo 19 atualmente presos, forçou centenas de outros a fugir do país e rotulou mais de 180 meios de comunicação ou repórteres como “agentes estrangeiros”, sujeitando-os a assédio e multas.
Apoiando notícias independentes
Os Estados Unidos financiam a Rádio Europa Livre/Rádio Liberdade e a Rádio Ásia Livre visando fornecer notícias independentes em países onde a imprensa livre está ameaçada. Também trabalham para proteger jornalistas em todo o mundo, com esforços que incluem**:
- US$ 30 milhões ao Fundo Internacional para Mídia de Interesse Público a fim de ajudar veículos com poucos recursos ou que operam em ambientes instáveis.
- US$ 5 milhões para melhorar a viabilidade financeira dos meios de comunicação independentes.
- Até US$ 9 milhões ao Fundo Global de Defesa contra Difamação para Jornalistas visando coberturas de responsabilidade para jornalistas que são alvo de litígios injustos.
- Até US$ 3,5 milhões a uma nova Plataforma de Proteção ao Jornalismo a fim de fornecer capacitação de segurança física e digital para profissionais de mídia em risco e assistência para jornalistas sob pressão.
“O compromisso dos Estados Unidos com a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa é inabalável, e é inabalável porque é a base de uma democracia saudável”, disse o secretário de Estado, Antony Blinken, em uma mesa-redonda sobre liberdade de expressão** paralelamente à Assembleia Geral da ONU ocorrida em 19 de setembro.
* site em inglês e outros idiomas
** site em inglês
*** site em inglês e francês