
Uma réplica da Estátua da Liberdade de Nova York, feita de bronze e com 3 metros de altura, chegou a Washington este ano, destacando a amizade entre a França e os Estados Unidos e simbolizando os mesmos ideais associados à famosa irmã mais velha da réplica situada na Ilha da Liberdade, em Nova York.
A estátua, emprestada do Conservatório Nacional de Artes e Ofícios da França, passou cinco dias na Ilha de Ellis — do lado oposto ao da estátua original, que é cerca de 30 vezes maior.
Em seguida, a réplica — produzida a partir do mesmo modelo de gesso de 1878 que Frédéric-Auguste Bartholdi usou para criar a famosa Senhora Liberdade — seguiu rumo ao sul, até Washington, a tempo de ser exposta durante o feriado do Dia da Bastilha Francesa, em 14 de julho. No local, trabalhadores a instalaram em um jardim em frente à residência do embaixador francês. A réplica da estátua, cujo nome formal é Liberdade que ilumina o mundo, ficará no local, visível aos transeuntes, por dez anos.
“Nossas revoluções tiveram mais de 12 anos de diferença, mas as trajetórias de nossos experimentos de autogoverno — e sua base compartilhada na liberdade e nos direitos humanos — sempre estiveram interligadas”, disse o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony J. Blinken*, durante a inauguração da estátua em Washington. “Ao longo de nossa história, de muitas maneiras, temos sido o espelho um do outro, mostrando não apenas nossas maiores conquistas, mas também nossas maiores falhas.”

Uma ideia do século 19
Em 1865, Édouard de Laboulaye — pensador político francês, especialista em Constituição dos EUA e abolicionista — propôs a ideia de construir uma estátua que os cidadãos franceses pudessem dar aos Estados Unidos. Quando o presidente Grover Cleveland inaugurou a Estátua da Liberdade de 46 metros e feita de cobre e aço em 1886, isso simbolizou os ideais democráticos e iluministas, e celebrou a vitória do Exército da União na Guerra Civil sobre o Sul dos EUA. (As estátuas originais e as réplicas têm correntes quebradas em seus pés, “que personificam o movimento abolicionista”, disse Pascal Confavreux, porta-voz da Embaixada da França.)
À época, de Laboulaye via os abolicionistas americanos não apenas como uma força moral, mas também como um movimento que poderia defender a democracia francesa.
O significado moderno da estátua
Por causa da proximidade da Estátua da Liberdade com a Ilha de Ellis, local onde está localizado o centro de processamento do porto de Nova York para milhões de imigrantes entre 1892 e 1954, muitos americanos hoje a associam com o “sonho americano” dos recém-chegados.
Ela também continua a simbolizar a aliança franco-americana. Os dois países estão unidos em seus esforços para impulsionar as democracias, lutar contra a coerção econômica e a desigualdade, enfrentar a pandemia do coronavírus, desacelerar as mudanças climáticas e promover os direitos humanos em todo o mundo.
“Esta batalha para conferir à liberdade o significado concreto que apenas as instituições democráticas e o Estado de Direito podem dar a ela não é uma batalha do passado”, disse o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, falando em francês, durante a cerimônia de inauguração da réplica da estátua.
* site em inglês