Revitalizando comunidades pesqueiras através da ciência

Lota Creencia nasceu e cresceu em Palawan, província insular nas Filipinas. Criada em uma comunidade pesqueira, ela conviveu com pessoas ao seu redor lutando para sobreviver.

Lota, cientista, observou pescadores capturando espécies locais de abalone, marisco apelidado de “ouro negro do mar”. O abalone é vendido a preços altos em Manila e em mercados internacionais. Atraído por ganhos extras, os pescadores colhiam o abalone a índices insustentáveis, destruindo populações e hábitats de abalones.

Mulher se dirige a pessoas sentadas em mesas (Paolo D. Pangan/Usaid)
Lota Creencia fala para criadores de abalones em uma conferência de capacitação (Paolo D. Pangan/Usaid)

Lota tentou ajudar ao criar uma incubadora de abalones na Universidade do Oeste das Filipinas, onde trabalha como professora. “Se as pessoas pudessem cultivar abalones, ganhariam dinheiro sem causar danos ao oceano”, explicou.

Mas ela não conseguia fazer com que os abalones sobrevivessem em criadouros. Sua dificuldade era assegurar que as diatomáceas — algas unicelulares das quais os abalones se alimentam na natureza — sobrevivessem no laboratório. Sem as diatomáceas, o abalone não se desenvolveria da fase de larva para alevino (ou juvenil).

Abalone (Paolo D. Pangan/USAID)
Os abalones são mariscos comestíveis (Paolo D. Pangan/Usaid)

Lota solicitou e recebeu uma subvenção da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e da RTI Internacional. Com o financiamento da Usaid, ela contratou cinco pesquisadores, aprimorou as incubadoras e adquiriu melhores equipamentos laboratoriais.

“A subvenção nos permitiu reunir mais dados e atender aos padrões da comunidade científica”, disse Lota. “Aumentou nossa credibilidade e nossa confiança.”

Pescador em um barco olha para abalones presos na rede (Paolo D. Pangan/Usaid)
Um pescador colhe abalone (Paolo D. Pangan/Usaid)

Um ano depois de receber a subvenção, Lota e sua equipe fizeram descobertas que aumentaram cinco vezes as taxas de sobrevida do abalone. Ela começou a fornecer aos pescadores alevinos de abalones e os ensinou a criá-los e a colhê-los no mar.

Hoje, mais de 50 de pescadores locais criam abalones como resultado da pesquisa de Lota. Muitos conseguiram juntar dinheiro pela primeira vez na vida, incluindo Marilyn Lagarda e seu marido. “Quando nossa filha foi hospitalizada, usamos nosso dinheiro extra para pagar as contas”, disse Marilyn.

Cientista mostra abalone no tanque a crianças (Paolo D. Pangan/Usaid)
Um membro da equipe de Lota Creencia mostra abalones a um grupo de crianças em um laboratório (Paolo D. Pangan/Usaid)

“Eu sempre quis retribuir à minha comunidade”, disse Lota. “Essa subvenção me permitiu romper os limites do laboratório e me conectar com as pessoas.”

Cientista e crianças de mãos dadas na praia e olhando para o mar (Paolo D. Pangan/Usaid)
Lota Creencia e sua equipe esperam inspirar os jovens a se tornarem cientistas (Paolo D. Pangan/Usaid)

Agora, Lota está escrevendo um manual para que outros possam adotar sua tecnologia. Ela também incentiva os jovens a se tornarem cientistas. “Se pudermos inspirar 10 jovens, poderemos multiplicar o número de cientistas que buscam soluções que melhorem nosso mundo”, disse ela. “Esse é meu sonho.”

Uma versão mais longa deste artigo aparece em Usaid/Exposure