“Bukra fil mishmish” é uma expressão árabe cujo significado aproximado é “amanhã nunca virá”. Com as relações difíceis entre israelenses e palestinos, após os recentes conflitos em Gaza, a expressão transmite a crença por parte de algumas pessoas de ambos os lados de que a paz não é possível.
Um grupo de jovens músicos israelenses e palestinos discordam e estão demonstrando sua postura mais positiva através da sua arte. Seu grupo, Heartbeat, com sede em Jerusalém, foi fundado em 2007 por Aaron Shneyer, de 30 anos de idade, através de uma bolsa de estudos Fulbright-mtvU.
A violência não os separa
Durante os conflitos violentos recentes, o grupo estava de férias de verão, mas o Heartbeat se reuniu para permitir que todos os seus músicos israelenses e palestinos refletissem sobre o que estava acontecendo e apoiassem uns aos outros, afirmou Shneyer em um e-mail recente. O grupo retoma os ensaios regulares em setembro.
[quote_left]“O impossível se tornou o possível.”[/quote_left]
“Heartbeat é um espaço para jovens israelenses e palestinos enfrentarem de frente a verdade em relação ao que está acontecendo, de uma maneira segura e construtiva”, declarou Shneyer.
As letras do grupo mudam o ditado “bukra fil mishmish” para fazer dele uma canção, com uma alteração fundamental. O título agora é “bukra fih mishmish,” que significa “o amanhã está aqui”. Em outras palavras, através de sua arte, israelenses e palestinos já estão colaborando e compartilhando relações de amizade em pé de igualdade.
Para o público, ver o Heartbeat pode ser um choque real. A música combina, de maneira distinta, instrumentos ocidentais como guitarra elétrica e baixo com ritmos árabes, conduzindo batidas klezmer, solos altos e sequências de rap em hebraico e árabe. “O impossível se tornou o possível”, é como um integrante palestino da banda descreve a colaboração.
Um acampamento em prol da paz
Se você gosta desta história, você pode se interessar por Acampamento Internacional Sementes da Paz, que ajuda jovens adolescentes de regiões afetadas por conflitos a construir relações e a promover a paz. Nas palavras de Qasim, um ex-campista do Paquistão, “o acampamento é um lugar cheio de líderes futuros em potencial sendo expostos ao ‘outro lado’”.