A Ucrânia e a Polônia tinham praticamente o mesmo produto interno bruto (PIB) per capita em 1990; entretanto, hoje em dia, o PIB da Polônia é três vezes maior do que o da Ucrânia.
O que aconteceu? A Polônia realizou reformas econômicas no final dos anos 1980 e início da década de 1990. A Ucrânia atrasou as reformas que teriam impulsionado o seu PIB e os padrões de vida. Hoje em dia, à medida que a Ucrânia se torna mais democrática e busca ganhos econômicos, o país tem de tomar decisões difíceis. Precisa de reformas sérias em suas regulamentações empresariais, de acordo com Steven Pifer, especialista do Instituto Brookings.
Em discursos proferidos ao visitar algumas cidades europeias, Pifer, ex-embaixador dos EUA para a Ucrânia, elogiou algumas reformas recentes na Ucrânia — de suas eleições livres e justas à criação de um gabinete de combate à corrupção. Porém, ele relembrou os europeus de que seus países precisarão ajudar a impulsionar mais mudanças na Ucrânia antes que o país possa se tornar mais como a Polônia, “com uma economia de mercado estável, adotando valores europeus”.
Os EUA e a Europa devem incentivar o governo ucraniano a constituir créditos para um adicional de US$ 5 bilhões a US$ 7 bilhões que poderá somente ser utilizado pela Ucrânia se o país responsabilizar as autoridades corruptas, afirmou Pifer. E a comunidade internacional deveria pressionar a Ucrânia a romper os monopólios no setor de energia e garantir uma concorrência justa aos produtores e distribuidores de gás.
Pifer quer que a comunidade internacional pressione o governo ucraniano a limitar a influência dos oligarcas — empresários que se enriqueceram rapidamente durante a privatização de ativos estatais na década de 1990. Ele disse que enquanto os oligarcas tiverem influência política ilimitada, os melhores interesses do povo ucraniano não serão levados em consideração.
Pedindo o fim da agressão por parte da Rússia
No entanto, o progresso é dificultado pela presença da Rússia no leste da Ucrânia* e pela incerteza acerca da determinação da Rússia em favor de uma solução de longo prazo para o conflito.
A Rússia não implementou integralmente os seus compromissos mediante os acordos de Minsk, que foram elaborados pelos aliados europeus dos EUA em setembro de 2014 e fevereiro de 2015. Apesar do recente cessar-fogo no leste da Ucrânia e do atraso das eleições locais nos territórios ocupados de Donetsk e Luhansk, a Rússia ainda tem de retirar todo o seu armamento pesado do leste da Ucrânia e proporcionar pleno acesso aos monitores europeus.
“Se o Kremlin estiver ouvindo a mesma mensagem advinda das capitais europeias e dos EUA, que busca influenciar a Rússia a adotar uma escolha diferente de políticas (…) a Ucrânia terá uma maior chance de ser bem-sucedida”, declarou Pifer.
Pifer discursou em Praga, Berlim e Haia, na Holanda, em outubro. Assista a um vídeo no qual ele discute a Ucrânia e junte-se à conversa através do Twitter sobre sua viagem seguindo @steven_pifer. Siga a conversa sobre a Ucrânia seguindo @UnitedforUkr** no Twitter e se inscreva para receber atualizações semanais em nossa página Unidos pela Ucrânia*.
*site em inglês
**site em inglês (com várias matérias traduzidas para o português)
