
Ainda faltam algumas semanas para as eleições presidenciais dos EUA, mas tanto o candidato republicano quanto a democrata já planejaram o que vão fazer nos 100 primeiros dias de mandato. Isso pode parecer presunção, mas na verdade é praticidade.
Uma transição pacífica de poder é a marca da boa democracia, e as transições presidenciais nos EUA sempre foram pacíficas. “O que não ensinam nos livros de história”, disse David Eagles, diretor do Centro para Transição Presidencial, “é que a transição, mesmo pacífica, é um processo complicado”.
Eagles compara uma transição presidencial com a transição de duas empresas que enfrentam uma fusão. “A diferença é que [no caso da presidencial] todos os seus 4 mil funcionários principais pedem demissão ao mesmo tempo”.
As eleições americanas de 2016 serão as primeiras do recém-criado Centro para Transição Presidencial, organização sem fins lucrativos e apartidária cujo objetivo é assegurar que tudo esteja pronto para que o presidente eleito possa governar já no primeiro dia.

Esse é um trabalho árduo que, até a última década, era feito em um período muito curto de tempo. Faça a equação: “Em uma transição, tem gente vindo, indo ou ficando. E nós trabalhamos com todos os três grupos”, disse Eagles, se referindo ao governo que está chegando, ao que está indo embora e às agências federais permanentes. Recentemente, as leis que criaram o próprio centro também definiram provisões e requisitos para cada um desses grupos. Confira:
Novo governo
- O Centro para Transição Presidencial começa a se engajar com os candidatos presidenciais de ambos os partidos seis meses antes das eleições.
- Escritórios e suporte logístico são disponibilizados para os candidatos três dias úteis depois da última convenção partidária de nomeação de candidato presidencial, que, neste ano, foi em 2 de agosto.
Atual governo
- O presidente deve estabelecer um “conselho coordenador de transição” pelo menos seis meses antes da eleição.
- O conselho coordenador de transição presidencial deve fornecer material informativo para as novas equipes de transição até 1 de novembro.
Órgãos federais
- Seis meses antes da eleição, cada órgão deve indicar um funcionário de carreira para supervisionar a transição entre os governos.
- Até 15 de setembro, cada órgão deve identificar posições políticas cruciais e apontar funcionários de carreira para servir caso tais cargos fiquem desocupados.
“Se a transição for gerenciada estrategicamente”, disse Eagles, “poderá ser uma ótima oportunidade para tornar o governo mais eficiente”.