Sobrenomes asiáticos se tornam mais prevalentes nos EUA

Pessoas passando por murais representando Buda, guindaste, dragão e Bruce Lee (© Robert Alexander/Getty Images)
Pessoas passam por murais, incluindo um que retrata o artista marcial e ator Bruce Lee, na Chinatown de São Francisco em 2018 (© Robert Alexander/Getty Images)

O censo dos EUA deixou de ser uma contagem de inúmeros Smiths e Johnsons. Hoje, é mais provável incluir outros sobrenomes como Lee, Zhang e Nguyen.

O governo conta cada residente do país a cada dez anos. Embora essa lista de moradores seja feita principalmente para fins de nomeação para o Congresso, ela também esclarece as mudanças demográficas do país.

Cada censo mostra uma variedade maior na lista dos sobrenomes mais comuns dos Estados Unidos. Em geral, os principais são Smith, Johnson, Williams, Brown e Jones. Mas não muito atrás está o nome asiático mais comum — Lee — ocupando o 21º lugar nos EUA, Nguyen ocupa o 38º lugar.

Entre 2000 e 2010, os sobrenomes que mais cresceram entre os mil principais eram principalmente asiáticos, de acordo com o Bureau do Censo dos EUA*. Isso significa 111% mais Zhangs, 93% mais Lis, 66% mais Lius e 63% mais Khans. (A análise do Censo de 2020 está atrasada devido à pandemia, mas espera-se que essa tendência continue.)

Mulher asiática em roupas casuais posando para foto. Ao fundo, anúncios de um festival (© Unique Nicole/Getty Images)
Van B. Nguyen, nascido no Texas e escritor e diretor vietnamita-americano, participa do 38º Festival de Cinema do Pacífico Asiático de Los Angeles, na Califórnia, em 8 de maio (© Unique Nicole/Getty Images)

Os americanos asiáticos, sem incluir os de várias raças, representavam 5,9% da população dos EUA em 2010 — acima dos 3,6% em 2000. Junto com Zhang, Li, Liu e Khan, os sobrenomes Wang, Huang, Lin, Singh, Chen, Patel e Wu estavam entre os que mais prevaleceram de 2000 a 2010.

“Estamos nos tornando um país muito mais diversificado racialmente, especialmente entre a população mais jovem”, disse William Frey, demógrafo e membro do Instituto Brookings e autor do livro Diversity Explosion: How New Racial Demographics are Remaking America (Explosão da diversidade: como a nova demografia racial está redefinindo os Estados Unidos, em tradução livre).

A imigração é responsável por parte do aumento da diversidade, já que mais asiáticos e hispânicos estão imigrando para os EUA do que outros grupos, disse Frey. Taxas de natalidade mais altas entre asiáticos e hispânicos (em relação aos brancos não hispânicos) também significam que a geração mais jovem em particular é mais diversificada, afirmou Frey.

“Temos uma população jovem que agrega energia à nossa força de trabalho”, disse Frey. “São filhos e netos de imigrantes. (…) abertos e receptivos às conexões globais de que precisamos.”

Os imigrantes e as diversas populações que descendem deles fazem parte da história americana, disse Peter A. Morrison, ex-demógrafo da corporação Rand e agora chefe da Morrison & Associates.

Nantucket, Massachusetts, tem uma comunidade dinâmica de nepaleses, enquanto a região de Dallas, no Texas, tem muitos indianos trabalhando em campos de tecnologia, e o Mississippi tem descendentes de imigrantes chineses que abriram mercearias para atender aos negros durante a era da escravidão, diz Morrison.

“Há um conjunto de origens em constante evolução que alimenta nossa população com pessoas com um denominador comum — a ambição de deixar seu local de origem e buscar uma vida melhor em outro lugar”, disse Morrison.

* site em inglês