Os sobreviventes do ebola podem ser cruciais para a contenção do surto. Eles não podem transmitir o ebola a outras pessoas e nem podem ser contaminados novamente. Em virtude da sua imunidade, os sobreviventes podem ajudar os pacientes recém-infectados sem adoecer. Isso lhes permite encontrar maneiras novas e criativas para ajudar.
A sobrevivente Decontee Davis trabalha em uma creche em Monróvia, na Libéria. As crianças são órfãs e vêm de lares onde seus familiares contraíram o ebola ou morreram em decorrência do vírus. Isso significa que elas também podem ser portadoras do vírus e infectar outras pessoas se não forem devidamente tratadas.
Decontee Davis e outros nove sobreviventes conhecem os primeiros sinais do vírus e monitoram cuidadosamente as crianças em busca de sintomas. Infelizmente, algumas morrem da doença, mas outras se tornam sobreviventes e elas próprias passam a ser cuidadoras.
“Nada diz mais sobre a resiliência do espírito humano do que os sobreviventes do ebola que se tornam exemplos a ser seguidos em suas comunidades.”
— Tom Frieden, diretor dos CCPD
Após lutar contra o ebola, Stephen Kpoto se tornou um rastreador de contatos em West Point, na Libéria. Ele entra em contato com pessoas que interagiram com um paciente infectado com o ebola para garantir que essas pessoas não desenvolvam os sintomas. Depois de testemunhar a morte de 39 pessoas ao seu redor em decorrência do vírus, Kpoto fala com urgência sobre as realidades da doença.
“Se você chegar à Unidade de Tratamento do Ebola em tempo hábil e receber um tratamento o quanto antes, você pode sobreviver”, afirmou a um repórter do Washington Post (site em inglês). Embora Kpoto relate as suas experiências com outras pessoas na sua comunidade, algumas ainda continuam céticas e consideram o ebola um engodo ou um mito.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA – CCPD (site em inglês) relatam que o estigma contra os sobreviventes do ebola desencoraja as pessoas doentes a buscar tratamento e torna o importante ato de rastrear os que tiveram contato com pessoas infectadas algo ainda mais difícil. Como resultado, mais pessoas que tiveram contato com o ebola podem disseminá-lo inadvertidamente.