Start-ups chegam ao Vale do Silício para a cúpula global

Palo Alto/Washington — Hoang Dao Xuan queria ajudar as crianças no Vietnã que não tiveram a oportunidade de aprender inglês; então ele se valeu de sua experiência lecionando para sua filha mais nova e criou um aplicativo que agora também tem versões que ensinam francês e vietnamita. Em breve os idiomas espanhol e chinês serão disponibilizados também.

O fundador do Monkey Junior é uma das centenas de empresários de 170 países que participam da Cúpula de Empreendedorismo Global* patrocinada pelos EUA em Palo Alto, na Califórnia, de 22 a 24 de junho.

“A GES é uma oportunidade para que possamos compartilhar e aprender uns com os outros, especialmente através de investidores, de outras experiências, de outros empresários”, disse à Voz da América (VOA). “Pude conversar com alguns mentores e realmente aprendi muito com eles. Esta é uma grande oportunidade.”

A cúpula foi lançada em 2010 em Washington e retornou aos EUA neste ano, após paradas nestes países: Turquia, Emirados Árabes Unidos, Malásia, Marrocos e Quênia.

Além de fazer networking com empresários de todo o mundo, os participantes da cúpula estão tendo a oportunidade para apresentar suas empresas aos investidores e participar de workshops e painéis com líderes empresariais e funcionários do governo.

O presidente Obama, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, e o CEO da Google, Sundar Pichai, estão entre aqueles agendados para falar.

De resíduos a combustível para fogão na Ásia

Jackie Yap viajou da Malásia para participar na cúpula. Ele abriu uma empresa chamada HiGi Energy para transformar resíduos agrícolas em combustível para fogão como uma alternativa mais barata e benéfica para o meio ambiente do que lenha e carvão vegetal.

Ele disse à VOA que desde jovem ele queria “fazer algo louco”, e encontrou uma saída como empreendedor.

“Um ano mais tarde, estou feliz de ter feito isso, mas eu quero inspirar mais jovens a realmente explorar o empreendedorismo desde cedo”, disse Yap.

Ele também descreveu o desafio de colaborar com parceiros de diferentes países e culturas.

“A maneira pela qual você está tentando se comunicar com seus cofundadores — para mim, no meu caso, eu tenho um cofundador vietnamita e um cofundador filipino — é realmente um desafio. A maneira pela qual aceitamos a crítica é diferente, a maneira pela qual proferimos o que queremos dizer, francamente, é diferente.”

Seu conselho para empreendedores em potencial é que ignorem as pessoas que não oferecem apoio, e ele diz que eles não se arrependerão de ir em busca de algo que os desafia.

Empresárias africanas compartilham suas histórias

Naomi Tulay-Solanke, da Libéria, tem uma mensagem semelhante de incentivo, especialmente para as mulheres empreendedoras.

“Assim que tivermos nosso sonho, devemos sonhá-lo, devemos compartilhá-lo, devemos estar focadas, devemos estar entusiasmadas com o o que fazemos”, afirmou ela.

Habiba Ali, fundadora da empresa Energia Renovável Sosai, na Nigéria, afirmou que já enfrentou uma série de desafios por ser mulher em um setor dominado por homens e vivendo em uma região de maioria muçulmana no norte de seu país, onde há certas expectativas sobre até que ponto uma mulher pode se ausentar de casa. “Acredito que a persistência me fez continuar”, declarou ela.

Como Yap, Habiba disse que seu interesse em administrar sua própria empresa também começou desde cedo, quando ela percebeu que preferia ganhar o seu próprio dinheiro e ter a liberdade de gastá-lo.

Este artigo foi originalmente publicado no site da Voz da América.

* site em inglês