Sua missão é escanear todos os peixes

Existem quase 25 mil espécies de peixes no mundo, e um professor de Biologia da Universidade de Washington quer escanear e digitalizar uma amostra de cada um desses peixes.

No quarto trimestre do ano passado, Adam Summers instalou um pequeno escaneador de alta tecnologia, ou seja, uma “tomografia computadorizada (CT)”, no laboratório marinho da universidade que fica localizado no estado de Washington, e lançou seu projeto ambicioso.

A ideia é que cada espécie tenha uma réplica on-line de alta resolução e em 3D, disponível a todas as pessoas que queiram baixá-la gratuitamente. “Cientistas, professores, estudantes e ictiólogos amadores terão condições de examinar os pequenos pormenores de um esqueleto de uma tainha de cabeça lisa, ou fazer uma impressão em 3D de uma réplica exata de um peixe-jacaré do Ártico”, explicou a universidade em um comunicado à imprensa*.

Até agora, Summers já escaneou 500 espécies, e convidou outros cientistas a usar o escaneador ou acrescentar suas próprias cópias escaneadas ao banco de dados de livre acesso.

Tuíte: Imagem de autoria de Adam Summers, mostra o esqueleto de uma tainha de cabeça escamosa. Um dentre dez vencedores de arte científica da Faseb.

“Temos pessoas vindo de todas as partes do mundo para usar esta máquina”, disse Summers, que assessorou a Pixar sobre como os peixes se movimentam em seu filme animado de sucesso “Procurando Nemo” e “Procurando Dory”. Nos créditos finais para o filme “Procurando Nemo”, ele é apelidado de “cara fabuloso dos peixes”.

Em novembro de 2015, ele arrecadou US$ 340 mil para comprar o tomógrafo, que faz imagens de raio-x sob vários ângulos e as combina para criar imagens tridimensionais dos peixes.

A cada imagem escaneada que ele postava no Modelo de Ciência Aberta, um site de compartilhamento, as pessoas costumavam perguntar a ele: “Qual a próxima coisa que você vai escanear?” E ele respondia: “Eu quero escanear todos eles. Quero escanear todos os peixes.”

Summers sempre foi fascinado pela forma como os pesquisadores usam seus escaneadores. Alguns estão fazendo modelos de gráficos computadorizados e animações de peixes. Um outro grupo coloriu os crânios para destacar os ossos individuais.

“A razão pela qual isto pode ser feito é porque o acesso é gratuito e aberto”, afirmou Summers.

* site em inglês