
Quando você está doente, uma das maiores dificuldades para melhorar é se levantar e ir ao médico.
Em breve, a solução poderá estar a apenas um clique de distância. Chama-se telessaúde e conecta pacientes e médicos que utilizam computadores ou dispositivos móveis. Alguns pesquisadores acreditam que revolucionará o atendimento de saúde mundial na próxima década.
A telemedicina atualmente é utilizada em certa medida para monitorar pacientes cardíacos e conectar médicos e prontos-socorros distantes.
Nos Estados Unidos, os veteranos de guerra se beneficiaram de 2 milhões de visitas via telemedicina em 2014 por meio do serviço de saúde do governo.
Mas na próxima década, a telemedicina ou atendimento virtual evoluirá para a telessaúde, dizem os autores de um artigo* publicado na revista New England Journal of Medicine.
Utilizando computadores ou dispositivos móveis, médicos e enfermeiros poderão estar disponíveis 24 horas por dia a um custo relativamente baixo para avaliar situações de emergência, como ataque cardíaco ou derrame cerebral.
Ray Dorsey, neurologista do Centro Médico da Universidade de Rochester, em Rochester (Nova York), diz que a tecnologia da telessaúde poderá beneficiar pessoas de outros países. Segundo ele, em países em desenvolvimento, como China ou Índia, a telessaúde será cada vez mais vista como “meio para fornecer acesso sem precedentes ao atendimento médico”.
Nesse sentido, os EUA e a União Europeia estão trabalhando juntos para impulsionar a cooperação transatlântica em e-Saúde entre governos, agências internacionais de normalização empresas de saúde e empreendedores.
Acessível a quase todos
No mundo da telessaúde, os pacientes poderão se comunicar com especialistas em saúde diretamente de sua casa, e enfermeiros escolares poderão conversar diretamente com os médicos e obter informação sobre o motivo de uma criança não estar se sentido bem.
Dorsey também prevê que a telessaúde será cada vez mais aplicada a doenças crônicas para ajudar a reduzir os custos. Por exemplo, a telessaúde poderá ajudar os médicos a acompanhar pacientes com doenças crônicas como diabetes ou doença de Parkinson.
O maior desafio, segundo Dorsey, é a exclusão digital, onde aqueles que mais precisam de assistência de saúde não têm acesso a um computador ou smartphone.
A telessaúde não substituirá as visitas aos consultórios, dizem os especialistas, mas poderá preencher lacunas, permitindo que os profissionais médicos respondam ao peso cada vez maior das doenças crônicas e aumentando o acesso ao atendimento médico tão necessitado no mundo.
* site em inglês