
O secretário de Estado, Rex Tillerson, em uma viagem de uma semana para a América Latina e o Caribe, se concentrou no fortalecimento de parcerias dos Estados Unidos com países cuja importância para os EUA vai muito além da proximidade geográfica.
“Compartilhamos uma história entrelaçada e, mais importante, compartilhamos valores democráticos”, disse Tillerson. Isso porque “compartilhamos os mesmos objetivos dos líderes visionários [que vieram] antes de nós: eliminar a tirania e promover a causa da liberdade econômica e política em todo o nosso hemisfério”.
Aqui estão os destaques da viagem do secretário de Estado de 1 a 7 de fevereiro:
Parcerias regionais: olhando para frente
A fim de iniciar sua viagem à América Latina, Tillerson discursou na Universidade do Texas*, onde observou que os EUA têm acordos de livre comércio com 23 países — incluindo 12 no Continente Americano.
Todos os anos, “os Estados Unidos comercializam mais de US$ 1,6 trilhão em bens e serviços com as nações da América Latina e do Caribe”, afirmou. “Mas hoje temos a oportunidade de promover nossa parceria econômica e a prosperidade dos povos deste hemisfério.”
Tillerson citou a modernização do Tratado de Livre Comércio da América do Norte como um dos principais objetivos dos EUA. Outras prioridades principais, disse ele, incluem a criação de redes de energia elétrica mais robustas em todo o hemisfério e o reforço da cooperação regional no que se refere à segurança.
Ele também advertiu que o surgimento da China como principal parceiro comercial na região poderia impedir o crescimento, porque as práticas comerciais chinesas são muitas vezes injustas. Em contraste, a abordagem dos EUA busca beneficiar todas as partes, disse Tillerson.
“O modelo estatal de desenvolvimento da China é uma reminiscência do passado. Não precisa ser o futuro deste hemisfério”, acrescentou. “Nossa região deve ser diligente para se proteger de poderes distantes que não refletem os valores fundamentais compartilhados nesta região.”
México

No dia 2 de fevereiro, Tillerson se reuniu com o secretário de Relações Exteriores do México, Luis Videgaray Caso, e a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, na Cidade do México.
“Não posso enfatizar suficientemente a importância de nossas relações econômicas”, disse Tillerson*. “O Canadá e o México se classificam como o primeiro ou segundo maior mercado de exportação para 42 estados dos EUA e sustentam quase 3 milhões de empregos nos EUA.”
Os três diplomatas conversaram sobre promover o desenvolvimento de energia com base no mercado e a integração de energia em todo o hemisfério. Como tema recorrente durante a viagem de Tillerson, eles também discutiram a crise humanitária na Venezuela, prometendo sua cooperação com o Grupo de Lima (uma associação de 17 países regionais) para ajudar o povo venezuelano.
“Todos pedimos que o regime de Maduro retome as eleições livres, abertas, críveis e democráticas e permita que os venezuelanos tenham uma voz em seu governo”, disse Tillerson, referindo-se ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Argentina

O secretário de Estado se juntou ao ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Faurie, e ao presidente argentino, Maurício Macri, em Buenos Aires, de 4 a 5 de fevereiro, a fim de conversar sobre segurança energética, comércio, manutenção da paz regional e salvaguarda da democracia.
Tillerson elogiou a liderança da Argentina ao se posicionar de maneira firme contra os abusos do regime de Maduro na Venezuela. “Nós simplesmente não podemos (…) ficar parados e ver a destruição total da democracia na Venezuela”, disse Tillerson*. “O povo venezuelano merece mais do que isso.”
No âmbito econômico, a Argentina e os EUA procuram aprofundar o comércio e as relações de investimento, acrescentou Tillerson. Ele disse que os dois países estão empenhados em promover e proteger conjuntamente a inovação, em especial a ciência e a tecnologia.
Limitar as atividades das organizações criminosas transnacionais e o financiamento do terrorismo são outras preocupações compartilhadas, “e agradecemos a cooperação e colaboração estreita que temos ao combater (…) essas atividades ilícitas”, disse Tillerson.
Peru

Tillerson se reuniu com a ministra das Relações Exteriores do Peru, Lucia Cayetana Aljovín Gazzani, e com o presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, durante uma visita de 5 a 6 de fevereiro a Lima. Eles falaram sobre o papel do Peru como anfitrião da próxima Cúpula das Américas, bem como o comércio bilateral, a cooperação entre forças de aplicação da lei e a crise na Venezuela.
Desde sua implementação há nove anos, o Acordo de Promoção Comercial EUA-Peru tem sido um forte propulsor do crescimento econômico, disse Tillerson*. De acordo com o tratado, “o comércio bilateral continua a aumentar entre os nossos dois países, de US$ 9,1 bilhões em 2009 para US$ 14,3 bilhões em 2016”, afirmou. “Esse é um aumento de quase 60%.”
Ele também aplaudiu a pressão que o Peru exerceu sobre a Coreia do Norte para desistir de suas armas nucleares e observou que o Peru escolheu um tema importante para a Cúpula das Américas em abril: “Governança Democrática Contra a Corrupção.”
Com o colapso da democracia na Venezuela, o tema da cúpula “é certamente relevante e oportuno para todas as nações que participam”, disse Tillerson.
Colômbia

O secretário de Estado chegou a Bogotá para negociações em 6 de fevereiro com o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos Calderón. Tillerson saudou os esforços de Santos* para conter o tráfico de drogas e apontou para uma forte parceria entre os EUA e a Colômbia contra redes criminosas que prejudicam cidadãos de ambos os países.
Tillerson também destacou “muitos anos de esforços conjuntos em termos de aplicação da lei”, acrescentando que o governo dos Estados Unidos capacitou mais de 13 mil funcionários responsáveis pela aplicação da lei no hemisfério.
Ele descreveu a Colômbia como “um dos principais atores dos esforços no hemisfério para restaurar a democracia na Venezuela”, e disse que os EUA apreciam a solidariedade da Colômbia em se opor aos programas perigosos e ilegais de mísseis nucleares e balísticos da Coreia do Norte.
Finalmente, disse ele, os Estados Unidos apoiam a adesão da Colômbia à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), e estão empenhados em ajudar a Colômbia a implementar os requisitos técnicos para a adesão à OCDE.
Jamaica

A última parada de Tillerson em 7 de fevereiro, o levou a Kingston, onde discutiu com o primeiro-ministro da Jamaica, Andrew Holness, sua visão compartilhada de um hemisfério pacífico, próspero, seguro em termos de energia e democrático.
A Jamaica, disse Tillerson*, desempenha um papel de liderança na Bacia do Caribe e é um parceiro essencial na interrupção das organizações ilegais e na luta contra a corrupção. “O governo dos Estados Unidos continuará a apoiar as forças de segurança e o sistema de justiça criminal da Jamaica”, afirmou.
Os dois países trabalharão juntos para promover a segurança da região e criar fortes parcerias econômicas em todo o Caribe, disse Tillerson.
* site em inglês