Todos os dias, americanos comuns ajudam refugiados sírios a encontrar uma vida melhor

William Scannell, de oito anos de idade, organiza doações depois da escola, apoiando campanha para arrecadação de roupas de inverno para refugiados sírios em loja no centro de Anchorage, Alasca, em outubro de 2013 (© AP Images)

O que um faz-tudo profissional da Califórnia, um trabalhador da igreja de um campus universitário de Ohio e um político local da Virgínia têm em comum?

Eles representam os inúmeros americanos que estão encontrando maneiras de ajudar refugiados sírios e iraquianos, seja os recém-chegados aos EUA, seja os que ainda estão passando dificuldade no exterior.

“Não se trata apenas do que eu posso fazer como presidente”, disse o presidente Obama*. “Todos nós — de cidadãos a organizações não governamentais — podemos ajudar os refugiados a encontrar um refúgio seguro.”

Um trabalho de amor

A motivação de Doug Walton para convidar o refugiado sírio Mohammed Refai a morar com ele e seus três colegas de quarto em Toledo, Ohio, pode lhe surpreender.

“Minha resposta imediata soa muito clichê, mas acho que a motivação é o amor”, disse Walton*, trabalhador da igreja de um campus universitário local. “Soube que ele estava vindo e que eu tinha a oportunidade de ajudá-lo.”

Logo depois de Refai ter se mudado, Walton levou seu novo amigo sírio a um supermercado do Oriente Médio.

“E ele correu até o caixa e começou a falar em árabe. E o moço respondeu em árabe”, disse Walton. “E a fisionomia dele simplesmente mudou. Era como se ele pensasse, ah meu Deus, que alívio.”

Refai teve muito mais do que a oportunidade de falar árabe; recebeu a oferta e aceitou um emprego para trabalhar no supermercado. Seus colegas de casa estão aprendendo com Refai sobre os costumes e a comida do Oriente Médio e agora sabem até um pouco de árabe. Walton e Refai chamam um ao outro de “habibi”, que significa “meu amigo”.

Voluntário… do outro lado do mundo

Quando o faz-tudo profissional Bob Maukovich, de Garden Grove, Califórnia, viu imagens de homens, mulheres e crianças chegando em levas à Europa, ele se ofereceu como voluntário da Cruz Vermelha e foi para a Sérvia.

“Eles não querem morrer na guerra. Eles não querem fazer parte da luta, então decidem ir embora. Ônibus e mais ônibus e mais ônibus”, disse Maukovich*.

Durante um mês, o faz-tudo distribuiu alimentos e suprimentos ao longo da fronteira entre a Croácia e a Sérvia e diz ter ficado tocado pelo espírito das pessoas que conheceu nesse período de dificuldade.

Em entrevista a uma tevê local ao retornar da viagem à Europa, Maukovich conclamou outras pessoas a agir: “Quero dizer às pessoas que estão assistindo para fazer alguma coisa para os outros em vez de apenas pensar nelas mesmas.”

Líderes locais tornam-se globais

Políticos da Virgínia estão fazendo sua parte realizando uma campanha regional para arrecadar agasalhos e cobertores* para os refugiados da Síria e do Iraque. A iniciativa abrange quatro condados e nos últimos dois anos coletou mais de 40 mil cobertores e agasalhos.

O projeto foi lançado depois que autoridades locais da Virgínia visitaram um campo de refugiados na Turquia e foram informadas de que os moradores necessitavam urgentemente de cobertores para se aquecer. Ao retornar aos EUA, recorreram a organizações sem fins lucrativos e grupos religiosos e mobilizaram voluntários locais. As doações serão entregues sem custos por empresas de transporte locais e internacionais.

“O que essas pessoas realmente querem é simplesmente ir para casa”, disse o ex-prefeito Robert Lazaro, cuja visita à Turquia há dois anos inspirou o projeto. “Elas simplesmente querem voltar para suas famílias e suas vidas… mas fazemos o que podemos.”

‘Responsabilidade moral’

Os Estados Unidos comprometeram-se a aceitar 10 mil refugiados sírios em 2016 e aumentaram o número total de refugiados que receberão de 70 mil para 100 mil nos próximos dois anos. “Temos uma responsabilidade moral de fazer o que for possível para as famílias forçadas a deixar suas casas”, disse o presidente Obama.

Tudo isso faz parte da história dos Estados Unidos como nação de imigrantes e como líder em aceitar os refugiados mais vulneráveis do mundo. Por meio de parcerias com nove agências locais de reassentamento* que trabalham em comunidades e cidades de todo o país, os EUA já receberam mais de 650 mil refugiados na última década e mais de 3 milhões de refugiados desde 1975.

*site em inglês