
Antes de recentemente terem sido expostas em um dos principais locais do Instituto Smithsoniano em Washington, três obras de arte asiáticas antigas nunca haviam sido exibidas juntas.
“Estes são os únicos Budas de laca chinesa existentes no mundo”, diz Donna Strahan, chefe do Departamento de Conservação e Pesquisa Científica das galerias de arte asiática Freer e Arthur M. Sackler, do Instituto Smithsoniano, que supervisionou os preparativos para a exposição “Segredos do Buda de Laca*” na Galeria Sackler, onde as três esculturas de Buda foram expostas em tamanho real.
As galerias do Instituto Smithsoniano são prestigiadas entre os especialistas em arte asiática, mas elas são muito mais do que um local para exposições de arte: são também centros científicos de conservação e pesquisa. É por isso que muitos países frequentemente colaboram com as galerias Freer-Sackler.
Por exemplo, o Japão recentemente financiou duas cátedras para curadores a fim de incentivar o estudo e a preservação da arte japonesa. O governo sul-coreano financiou um programa de residência para acadêmicos, de cinco anos de duração, que incluiu exposições de obras-primas coreanas. O Camboja trabalhou com a equipe da Sackler para montar o primeiro laboratório de conservação no Museu Nacional do Camboja.

“Nosso objetivo é fazer esses objetos durarem. Se tiverem mil anos, gostaríamos que durassem outros mil”, diz Donna.
A Ciência e os Budas
A exposição “Segredos do Buda de Laca” na Galeria Sackler ilustra a ciência por trás da arte.
Os budas foram submetidos a tomografia computadorizada (CT) não destrutiva, análise de fluorescência de raios X e microscopia eletrônica para revelar o que havia sob as camadas de verniz. “Passamos muito tempo tentando descobrir como as coisas são feitas”, diz Donna.
A exposição contou com budas do Museu de Arte Walters, de Baltimore, e do Museu Metropolitano de Arte, de Nova York, além de obras da Galeria Sackler. “Eles [os Budas] nunca estiveram juntos antes. Nem o Museu Metropolitano nem o Walters permitiram que suas obras fossem emprestadas”, diz Donna. A reputação da Galeria Sackler e de Donna Strahan ajudou a tornar a exposição possível.

Cuidando de objetos de arte — e de relacionamentos
“Nos tornamos uma espécie de líder do setor pelo modo como cuidamos, transportamos e exibimos objetos”, diz J. Keith Wilson, curador de arte chinesa antiga. É por isso que os museus recorrem à galeria Sackler em busca de experiência e capacitação.
O Japão tem sido um parceiro desde a inauguração das duas galerias. “Nossa base de sustentação sempre foi manter fortes relacionamentos com as culturas que representamos. E é recíproco”, diz James Ulak, curador sênior de arte japonesa.
As galerias abrigam a maior biblioteca de pesquisa de arte asiática dos Estados Unidos. Exposições recentes destacaram aspectos das artes afegã, chinesa, indiana, japonesa e persa.
* site em inglês